IBIÚNA – VEREADORES CRITICAM SERVIÇOS PRESTADOS PELA TELEFÔNICA/VIVO NO MUNICÍPIO

A Telefônica/Vivo detém 90% do mercado de telefonia (fixa e móvel) no município de Ibiúna. Isso, no entanto, não significa que a empresa forneça um serviço satisfatório aos seus milhares de clientes. Ao contrário, a organização sempre está em primeiro ou segundo lugar no ranking de reclamações anotadas pelo Procon.

A Câmara Municipal, como caixa de ressonância das necessidades da população, acumulado um grande volume de reclamações e pedidos tanto da área central da cidade mas, principalmente, dos diversos bairros do município, seja por problemas técnicos e sinal fraco da telefonia móvel, sem contar com faixas áreas sem sinal algum. Ou seja: os consumidores ibiunenses vivem inúmeros transtornos por um serviço que pagam e que não é entregue como o devido.

QUEIXAS E MAIS QUEIXAS

Na manhã desta sexta-feira (6), a convite da Casa, a consultora da Telefônica/Vivo, Débora Moreira Matos, compareceu ao plenário para participar de uma reunião com os vereadores e a população, momento em que anotou reclamações e descrição das características de problemas específicos em diversos bairros.

Pacientemente, Débora anotou todas as manifestações que foram gravadas pelo serviço de registro da Câmara e, em seguida, compartilhou cada uma delas com seus autores.

Esclareceu que todas as queixas serão encaminhadas para avaliação e estudos da engenharia da empresa para verificar a compatibilidade de solução de acordo com “a análise de mercado”.

A Telefônica/Vivo cumpre duas modalidades de acordo com a Anatel. Um relacionado com o serviço de voz que deve cumprir na integralidade e, outro, de banda larga, que não tem obrigação de cumprir e que fica ao seu critério comercial realizar ou não investimentos para atender às demandas sociais.

Isso explica, por exemplo, porque um morador no bairro da Cachoeira, que fica próximo do centro da cidade, a partir de certa quilometragem (digamos a partir de 5 km do centro) não dispõe de serviço de banda larga, como o Speed. Para que isso pudesse acontecer seria necessário haver um aglomerado de pelo menos 300 habitações, para que a empresa decidisse ou não prestar o serviço.

O vereadores, no entanto, contrariaram essa perspectiva oferecendo exemplos de bairros com um número bem maior de moradias e que não recebem o serviço da banda larga ou que penam com a recepção de um sinal precário, que falha e irrita.

MÁ-VONTADE E EVASIVAS

O vereador Pedrão da Água, presidente da Câmara, ressalvando estar falando com a Telefônica/Vivo e não com a pessoa de sua consultora que, de modo gentil e atencioso compareceu à reunião [ela já esteve na Casa para lidar com os mesmos problemas em 2014], disse que a Telefônica/Vivo age e responde “com má-vontade” e dá “respostas evasivas” aos ofícios enviados.

E como ficou acertado que a Câmara vai preparar um ofício relatando formalmente todas as queixas apresentadas e que deverá haver uma nova reunião no começo de dezembro para avaliar as respostas e soluções apresentadas pela empresa, Pedrão da Água disse que fará isso “sem acreditar que haverá resultados efetivos”, a menos que algo diferente aconteça naquela companhia.

“A situação ficou insustentável”, lamentou o presidente da Câmara, ao mencionar que poderá convidar as outras operadoras que atuam no município – Claro, Tim, Oi –, mas que “o problema está na Vivo, não recebemos queixas das outras empresas”. Isso se explica, de certa forma, porque a Telefônica/Vivo controla praticamente todo o mercado de telefonia no município.

Débora mencionou os investimentos feitos pela empresa que representa, como as oito torres de transmissão de sinal 4G, além de mais duas que deverão ser instaladas “até janeiro”.

Participaram da reunião os vereadores Claudinei Machado, Elisângela Soares, Gerson Silva, Armelino Júnior, Antonio Firmino, Rozi Soares Machado, Abel de Camargo e Pedrão da Água.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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