EDITORIAL – A RODOVIA BUNJIRO NAKAO PEDE SOCORRO AO GOVERNADOR GERALDO ALCKMIN

Todos sabemos quão perigoso é trafegar pela rodovia Bunjiro Nakao que tem seu maior trecho no município de Ibiúna, no interior de São Paulo. O número de acidentes já deixou de ser preocupante. É mais do que isso: inaceitável! Existe a promessa do governo estadual de licitar um trecho de 13,9 quilômetros para duplicação. Isso, obviamente, ainda vai levar um tempo para se tornar realidade.

Mas, infelizmente, não contempla o segmento que situado logo após a área urbana de Ibiúna até a chegada ao município de Piedade, cheio de aclives, declives e curvas perigosas, onde têm ocorrido acidentes fatais com uma frequência absurda.

Parece claro que nem todos os acidentes se devem somente ao fato de a rodovia estar ultrapassada em seu traçado, elaborado há décadas para servir a um trânsito cujo fluxo aumentou intensamente.

Autoridades e profissionais que lidam com esse problema atribuem a maior parte dos casos à imprudência, alcoolismo, desatenção e falta de habilitação dos condutores. Um bombeiro de São Roque que ouvimos hoje (14) declarou “estar cansado” de fazer socorros com seus colegas ao longo da estrada, sobretudo na altura do km 86, próximo ao distrito do Paruru, um dos bairros mais populosos de Ibiúna.

Só para citar dois casos mais recentes [e não há nenhuma razão para se pensar em alcoolismo, ressalve-se], no dia 26 de setembro o cantor sertanejo Victor Staniscia, havia deixado o bairro da Ressaca e seguia em direção à Ibiúna. Ele dirigia um Ford Focus prata. De repente, seu veículo rodopiou na pista, capotou várias vezes e se chocou violentamente contra um poste. Victor sofreu grave ferimento na cabeça e teve que ser internado em Sorocaba, depois de ser atendido no Hospital Municipal de Ibiúna e se encontra em recuperação [embora não tenhamos oficialmente nenhum dado efetivo sobre seu estado de saúde]. Muitos amigos e fãs se concentraram na porta do hospital na ocasião.

Logo em seguida, enviamos um e-mail para o comando da Polícia Militar Rodoviária em Sorocaba solicitando que uma autoridade da corporação nos concedesse uma entrevista, a fim de podermos contribuir para alertar e orientar a população a se proteger quando estiver trafegando pela rodovia Bunjiro Nakao.

Hoje (14), infelizmente, houve outro acidente gravíssimo. A colisão entre um Fiat Uno preto e um caminhão, na altura do km 86. Os três ocupantes do automóvel moradores em Ibiúna. Um jovem (28 anos) que dirigia o veículo teve morte instantânea, os outros dois – um homem de 41 e uma jovem de 28 anos, sofreram graves ferimentos e tiveram que ser removidos do Hospital Municipal de Ibiúna, onde receberam os primeiros tratamentos, para o Hospital Regional em Sorocaba, que conta com recursos médicos mais avançados.

Agora há pouco ratificamos o pedido de entrevista à Polícia Militar Rodoviária que atua em nossa região, encaminhando-o à Assessoria de Imprensa da Polícia Militar do Estado de São Paulo que libera a realização de entrevistas. Ficaremos no aguardo mais uma vez, mesmo sabendo que os problemas da rodovia continuarão atormentando a população de Ibiúna e região.

A entrevista, no entanto, permitirá que haja compartilhamento de conhecimentos de cuidados que devem ser tomados, como direção defensiva, advertências sobre pontos que exigem redobrar a atenção, além de e promover uma aproximação da autoridades policiais rodoviárias no que diz respeito a melhorias que podem ser inseridas enquanto a duplicação não vem. (Carlos Rossini)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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