ESTÁCIO ENCERRA SUAS ATIVIDADES EM IBIÚNA EM DEZEMBRO

Depois de funcionar por cerca de sete anos na rua Zico Soares, 108, no centro de Ibiúna, a unidade da Universidade Estácio deixará de funcionar em dezembro.  Os últimos três cursos que restaram [conduzidos por sete professores] – pedagogia, administração e contabilidade – deverão estar concluídos até o dia 13.

Ao todo, são trezentos alunos, dos quais uma centena concluirá os respectivos cursos e duzentos que serão remanejados para as unidades de Cotia ou Carapicuíba, ou mesmo a outras localidades, ou, ainda, se transferirem para outras faculdades. Em 2014, a unidade chegou a contar com setecentos alunos.

A única opção que restou no município é a LDG-Uninter que oferece diversas opções de cursos, incluindo os três acima mencionados. O responsável pela instituição, Leandro David Godinho, disse hoje (17) à vitrine online que os estudantes que estiverem interessados “precisam apresentar o histórico parcial e o conteúdo programático do curso para ter reaproveitamento de matéria”.

PERÍODO DE OURO

Apesar dessa notícia lamentável – o fechamento de uma faculdade em uma cidade carente de escolas de nível superior – essa unidade viveu um período de esplendor. O advento da Estácio em Ibiúna correspondeu ao fechamento de outra faculdade – a Montessori – que funcionava nas instalações de um colégio particular na Rodovia Bunjiro Nakao – que foi adquirida pela Estácio.

[É oportuno lembrar que outra importante faculdade de Ibiúna – Faculdade Paulista de Educação e Comunicação – Fapec também deixou de existir. Depois de funcionar durante muitos anos, com ensino de qualidade, acabou sendo adquirida pela Uniesp. Esta instituição encerrou os cursos no município e fechou a escola.]

A Estácio, a certa altura, teve um crescimento no número de alunos e de professores a tal ponto que o proprietário do prédio teve que ampliar a construção para que fossem abertas novas salas.

Foi um período em que se viam as movimentações dos jovens estudantes, com as semanas culturais e festas juninas no meio da rua, em frente à escola, e um relacionamento social que gerou diversos casamentos, a partir dos flertes nascidos nas salas de aula.

Os comerciantes da rua, fornecedores de lanches e serviços de papelaria e copiadora para os estudantes, também receberam a notícia com tristeza.

O autor destas linhas lecionou em quatro unidades da Estácio, uma das quais nesta de Ibiúna e se lembra de centenas de alunos que conheceu durante as aulas e dos quais se recorda com carinho e respeito. (Carlos Rossini)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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