O AMOR PODERÁ RENASCER EM MUITAS MANHÃS, ANTES QUE A TERRA ACABE

Quase todas as manhãs, a primeira coisa que vejo, ao abrir a janela do meu quarto, é essa simpática e catita mocinha vestida de rosa. Daí que nosso amor se renova sem que tenhamos, reciprocamente, de dizer esse sentimento em palavras. Sorrio para ela e veja o que me responde. Bailando sobre si mesma em movimentos multidirecionais, como se tivesse se espreguiçando depois da noite finda!

Observem as ramagens floridas, não estão mesmo alegres, sorridentes, preguiçosas? Nós nos amamos, se querem saber, e somos companhia um para o outro. Ambos temos olhos e nos enxergamos! Só os tolos, possivelmente, talvez não percebam que as plantas sentem e falam!

O notável físico inglês Stephen Hawking vem advertindo os terráqueos que esse nosso magnífico lar cósmico vai se tornar uma bola de fogo daqui a seiscentos anos e se extinguir. Ele é portador de esclerose lateral amiotrópica, uma enfermidade que enfraquece os músculos, mas que não o impede de ser físico teórico e cosmólogo e um dos mais respeitados cientistas da atualidade.

Hawking adverte ainda que se alguns exemplares humanos não tomarem uma nave especial para seguir para um outro planeta nos próximos cinco séculos será, então, o fim da espécie humana! Ele aponta vários fatores determinantes dessa situação que está esgotando a Terra e avisa a humanidade precisa de um novo lar.

Ainda hoje mesmo, aqui em Ibiúna, conversei com uma mulher que, de modo simples, disse-me que tem gente que acredita que a Terra é plana e quadrada, mas ressalvou que esse assunto pertence a Deus! Ingênuo, informei a ela que a Terra é esférica e se movimenta no espaço, assim como uma infinidade de outros corpos celestes!

Mas, quando no quintal, resolvi dar uma caminhada, cruzei meu caminho para a minha planta cor-de-rosa, uma primavera! Felizmente, estava ali para impedir qualquer forma de devaneio ou lirismo poético que fizesse voar pelo espaço para conferir tanto o que disse o cientista quanto me dissera a mulher, enquanto me atendia num comércio.

Entendi logo que não há motivo algum para preocupação, nem mesmo de Hawking ou de quem quer que seja! Seiscentos anos…o que isso pode significar para nós agora? Afinal, quem sente o Cosmos sabe que ele não vive sem o Caos e que tudo está em permanente transformação e movimento. Sim no espaço infinito há corpos sendo engravidados e gerando novas manifestações, que depois são engolidas por buracos negros ou explodem espalhando luzes por todas as direções, que os astrônomos aqui na Terra vibram tanto de ver!

Mas, cá entre nós, só podemos mesmo ser simples, muito simples, como criaturas invisíveis nessa dimensão que apenas vislumbramos quando olhamos o Céu de madrugada e vemo-lo apinhado de pontos cintilantes que nos fascinam, assim como essas flores matinais. (Carlos Rossini)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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