FEBRE AMARELA – VIGILANTES DA SAÚDE REALIZAM UM TRABALHO HERÓICO PELA VIDA DOS IBIUNENSES

Todos os dias, logo cedo, elas e eles, membros da equipe da vigilância epidemiológica da Secretaria da Saúde de Ibiúna vestem seus jalecos e cumprem uma missão heroica de proteger a população ibiunense contra o risco de contrair febre amarela. Transformam-se em guerreiros da saúde.

Trata-se de um trabalho exaustivo, estressante e que exige muita energia, humildade, disciplina, sobretudo porque, tendo em vista o medo da população de contrair a doença, acabam sendo vítimas até mesmo de ameaças e incompreensões.

É preciso que o povo imediatamente veja e trate esses profissionais com respeito e estima, já que estão realizando um trabalho de inestimável valor em defesa da vida das famílias ibiunenses.

Seja no Posto Central, no Centro Olímpico ou nas diversas unidades de saúde do imenso território ibiunense, já aplicaram mais de 22.000 vacinas [até o dia 22.1] e, apesar do cansaço, estão dispostos a prosseguir no bom combate.

Ontem (23) à tarde reuniram-se no Centro Olímpico para um importante encontro para refletir sobre a obra que estão realizando e que ficará na memória histórica do município em defesa do bem comum.

Ouviram do prefeito João Mello e do secretário interino da Saúde, Jonas Campos, palavras de gratidão, confiança e de apoio à importante missão que estão cumprindo no dia a dia e se divertiram com um breve workshop concebido exatamente com o propósito de proporcionar um momento de união, descontração e de necessário relaxamento, como forma de enfrentar e desfazer, tanto quanto possível, da tensão típica de atividades da natureza que estão desempenhando, com amor, solidariedade e respeito à vida do próximo.

Elas e eles se abraçaram, deram gargalhadas, trocaram sentimentos e puderam ver que, dependendo da maneira como a realidade é vista, é possível encontrar soluções e encontrar caminhos e respostas adequadas para os desafios de cada instante, sobretudo quando acaba o estoque diário de vacinas que são fornecidas de acordo com critérios do setor de imunização da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde, com sede em Sorocaba.

Todos os profissionais da saúde diretamente envolvidos na operação atuam conscientes das restrições médicas relacionadas, por exemplo, às pessoas idosas ou com problema de imunidade. “Hoje deixei de aplicar vacina em pelo menos seis pessoas e recomendei que procurassem um médico para fazer uma avaliação sobre seu estado de saúde”, declarou uma delas, que vem atuando nos bairros mais distantes.

Todas puderam entender que o medo [de contrair a doença] pode alterar o comportamento das pessoas, torna-las mais agressivas ou mesmo “histéricas”, como aconteceu em uma unidade de Saúde de São Paulo, que simplesmente foi invadida, como se essa pudesse ser uma solução para receber a vacina. A polícia teve que interferir e afastar os invasores.

O secretário interino da Saúde de Ibiúna há poucos dias pediu calma à população e assegurou que todos serão vacinados na medida das possibilidades, já que são milhares de pessoas que precisam ainda serem imunizadas. Por isso mesmo, o trabalho é diário e se estenderá a outros bairros que não possuem postos de saúde mas que se inserem no programa como áreas de risco.

O bom combate e combatentes continuam a postos. São gente como a gente que precisam cuidar de suas famílias e de milhares de outras que precisam de um gesto que repetem cada vez que aplicam cada vacina. (Carlos Rossini)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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