IBIÚNA – ACONTECIMENTOS ESTRANHOS INQUIETAM PESSOAS SENSÍVEIS

Vez ou outra, surgem acontecimentos estranhos em uma cidade, assim como acontece com pessoas que, por inesperados distúrbios mentais, protagonizam atitudes surpreendentes e até mesmo preocupantes.

Tomo a licença poética, com a devida vênia dos leitores, de não mencionar exemplos reais que já perturbaram algumas cidades interioranas tirando a paz e a serenidade de suas populações por dias seguidos, para evitar que algum maluco se sinta incentivado a intentar repeti-los.

Mas, aqui em nossa cidade, registraram-se recentemente casos bizarros e inquietantes postados em redes sociais. Um deles, no Hospital Municipal, assustador; outro, na praça da Matriz surpreendente; pois já nem citam-se aqui furtos variados e em quantidade porque se tornaram fatos corriqueiros e comuns.

Vivemos tempos perigosos em que as instituições e seus agentes são vilipendiados e humilhados com uma coleção de adjetivos que fariam doer fundo em pessoas mais sensíveis. E isso é feito com uma espontaneidade e linguagem chula e que deve haver motivos, pois sempre que há um efeito há uma causa correspondente.

Se nada for feito para conter essa tendência, é de imaginar-se que atos de afronta se tornem cada vez mais comuns e frequentes de tal modo que o desrespeito que é considerado uma exceção se transforme em regra, o que pode gerar um clima insustentável.

Já presenciei cenas dessa natureza e, como jamais me habituarei a elas e tampouco as considerarei acontecimento normais e sim patologias sociais, e vi o quanto o destempero verbal ou imposições de natureza física podem ser danosos.

Por que deveria um cidadão comum se preocupar com essas questões que não lhe dizem respeito diretamente? Por que, simplesmente, uma cidade é feita de cidadãos e se somente um deles é atingido, todos de alguma forma também o são.

Uma cidade é um organismo vivo e se alguma parte dele adoece, seu funcionamento fica comprometido. Há várias categorias de pessoas, de acordo com suas peculiaridades e comportamentos e, não raro, há um potencial de conflito considerável, quando elas se sentem desconfortáveis, desajustadas ou vítimas de alguma afronta ou desprezo.

É preciso, portanto, com sabedoria, sensibilidade e maturidade enfrentar as provocações, agindo de modo correto, responsável e transparente e o medicamento certo para esse enfrentamento salutar atende pelo nome da boa comunicação pública, antes que um processo corrosivo amplie sua contaminação. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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