FUTEBOL – PAIXÃO NACIONAL NOS GRAMADOS DO MUNDO

O homem é um ser lúdico: gosta de brincar jogando. E os jogos cumprem uma função importante na saúde das pessoas, incluindo aí formas de relações dinâmicas positivas, quando praticados de modo saudável. Até aí é chover no molhado!

Se em vez de guerras, as disputas entre nações fossem decididas nos jogos, teria a humanidade dado um passo colossal no processo civilizatório, que é a promessa de nos tornar mais humanos e menos animalescos e destrutivos.

A Copa do Mundo está em  andamento e respeitamos a paixão dos brasileiros por se unirem em torno das habilidades feitas em um campo gramado, marcados com nítidos limites e cujo objetivo é fazer balançar as redes instaladas em traves. E, lógico, é : gooolll… A alegria da celebração eleva os sentimentos a uma explosão emocional em que os torcedores se tornam comuns e, nesse exato momento, se irmanam, esquecem a dura realidade. Continuamos pensando em mentalidades saudáveis!

É hora de perguntar: pode um povo viver sem esperança? Acreditamos que a melhor resposta seja… o que você, leitor e leitora responderia? Digamos que seja não! Esperança tem uma conotação com um futuro…melhor do que o presente. Por isso, o jogo se torna, em si mesmo, uma torcida e um gesto de esperança, no nosso caso verde-amarelo, predominantemente.

Se não conseguirmos separar o jogo de futebol, no caso o campeonato mundial, da realidade em que os brasileiros vivem, presumivelmente muitos encontram motivos para franzir a testa e até mesmo desejar, ainda que não de modo manifesto, que o Brasil perca, para acabar com esse “patriotismo” com data marcada para começar, se desenvolver e terminar, com o apito final da última partida.

No entanto, nada diz que os otimistas estejam errados por fazerem estardalhaços, por se sentirem felizes nesses dias correntes de futebol mundial, numa tradição em que o Brasil se destacou com várias conquistas apenas com uma esfera de couro que corre, voa, sobe, desce, vai e vem num bailado que nos tornou famosos.

A birra maior se relaciona com a hipocrisia, a roubalheira, a corrupção que se verifica no País de modo crônico, tendo atingido a estratosfera em escândalos de fazer corar os anjos e, talvez, até os demônios, que, apesar da má fama que gozam, devem lá ter sua ética no que representam, o que falta a brasileiros inescrupulosos que usam o poder para explorar e enganar o povo.

Bem, até hoje, dia 19, continuo mantendo-me invicto: não vi nenhum jogo da Copa e espero prosseguir nesse compasso que, por decisão, tomei, para testar a possibilidade de me libertar de fatos magnéticos capazes de hipnotizar milhões numa ilusão que os faz grudares os olhos na telinha ou nas telonas para ver a bola rolar. Se o Brasil vencer mais uma vez, por favor vejamos como mérito de brasileiros movidos pelo sonho de serem vencedores. Se perder, esqueçamos e respeitemos os atletas e o técnico da seleção que, certamente, darão o seu melhor para se consagrarem perante a nação. Brasiiilll… (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *