DILMA ANUNCIA A REALIZAÇÃO DE UM PACTO NACIONAL PARA ATENDER ÀS DEMANDAS SOCIAIS

O pronunciamento feito na noite desta sexta-feira (21) em cadeia nacional de rádio e televisão pela presidenta Dilma Rousseff reflete claramente o poder da cidadania como fato legítimo e a vitória das manifestações de rua feitas nas duas últimas semanas por todo o País.

Dilma reconheceu os acontecimentos como a síntese de uma energia popular que sacudiu o governo (“acorda Brasil”) assinalando que “a voz das ruas precisam ser ouvidas e respeitadas”, em sua expressão pacífica e ordeira. A presidenta interpretou o movimento como o desejo da juventude de ver o Brasil avançar e uma oportunidade de fortalecer a democracia. Condenou a violência praticada por uma minoria de vândalos, aliás condenada por toda a sociedade brasileira.

Disse que as vozes da rua pediram “serviços públicos de melhor qualidade, principalmente nas áreas da saúde, educação e transportes, de melhor qualidade e por preço justo, e também um combate contra a corrupção.”

Em resposta positiva aos manifestos e clamores das ruas, Dilma anunciou a celebração de “um grande pacto em torno das melhorias desejadas pelo povo” com a criação de um Plano Nacional de Mobilidade Urbana, para o qual serão ouvidos governadores, prefeitos das principais cidades do País e líderes do movimento.

Assegurou que 100% dos recursos procedentes da exploração do petróleo serão investidos em educação, assim como trará milhões de médicos do Exterior para dar atendimento no SUS, que é o cidadão e não o poder público que “deve ser ouvido em primeiro lugar”.

Outras duas outras providências foram anunciadas: o combate à corrupção em favor da ética e o cumprimento à lei de acesso à informação e a necessária transparência dos atos governamentais.

Dilma defendeu as obras da Copa Mundial de Futebol argumentando que nosso País é pentacampeão e que sempre foi bem recebido nos campos do Exterior, ressalvando que os novos estádios são financiados e não gastos do Governo Federal.

As palavras da presidenta do Brasil serão ampla e profundamente analisadas pelas lideranças dos movimentos de rua para decidir os próximos passos a serem dados e isso dependerá exatamente da convergência entre o discurso e a prática da fala presidencial. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.