CÂMARA HOMENAGEIA SEU “JOÃO CAPIM”; ELE ASSISTE ÀS SESSÕES DA CASA HÁ 55 ANOS

João Pereira da Silva, querido ibiunense de coração, completou 79 anos no dia 24 de junho. Mais conhecido como “João Capim”, recebeu merecida “Moção de Reconhecimento” na sessão da instituição no dia 25, lida da tribuna pelo vereador Rodrigo de Lima (PCdB). Emocionado, e com sua voz baixa, agradeceu a todos os vereadores e a plateia pela homenagem.

Natural de Laranjal Paulista, “João Capim” mudou-se para Ibiúna em 1953, passando a residir no Bairro Sorocamirim, onde, no mesmo ano, iniciou suas atividades como fabricante artesanal de colchões de capim, motivo do apelido pelo qual é conhecido em toda a região.

Confeccionados com capim barba-de-bode, que colhia no mesmo bairro, os colchões eram vendidos em Ibiúna, São Roque, Carapicuíba e Osasco e no Bairro de Pinheiros, em São Paulo.

Apesar da grande clientela, os negócios duraram apenas três anos, porque em 1956 os colchões de capim foram substituídos por colchões de algodão e espuma, o que fez “João Capim” ir trabalhar na lavoura.

Em 1957, ele casou-se com Rosa Domingues da Cruz e o casal teve cinco filhos, mas dez anos depois uma fatalidade marcaria a vida da família. Com menos de trinta e cinco anos, Rosa Domingues teve sérias complicações do parto do quinto filho e acabou morrendo. O filho sobreviveu.

Durante mais de meio-século, seu “João Capim” presenciou e participou do crescimento de Ibiúna. Em 1958 passou a frequentar assiduamente as sessões da Câmara Municipal, o que lhe confere a particularidade de ser o mais longevo dos cidadãos a assistir tanto as sessões ordinárias e extraordinárias quanto audiências públicas realizadas pelo Legislativo local.

Em 1975, “João Capim” foi trabalhar na prefeitura, passando por diversos governos; ele também atuou no setor imobiliário.

[As informações contidas na “Moção de Reconhecimento” foram gentilmente cedidas pelo Jornal Gazeta de Ibiúna, editado pelos irmãos Marcos e Márcia Pedroso.]

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.