“PURPLE DAY” – AVENIDA PAULISTA RECEBERÁ MILHARES DE PESSOAS NA MANHÃ DESTE DOMINGO
Neste domingo (31), a avenida Paulista receberá milhares de pessoas vestidas de roxo com balões da mesma cor para a Caminhada de Conscientização da Epilepsia.
Trata-se do “Purple Day” (Dia Roxo), cor utilizada em todas as campanhas referentes à enfermidade que atinge cerca de 4 milhões de brasileiros e 50 milhões de pessoas no mundo.
A caminhada terá início às 9 horas, no Parque Mário Covas, localizado na avenida Paulista, e término em frente ao prédio da Fiesp, localizado no nº 1853, na Avenida Paulista, que participa da campanha há sete anos.
A Companhia do Metrô e o Corinthians também se engajaram na campanha. No jogo desta semana, o time entrou no gramado do Itaquerão vestido de roxo junto com pessoas em tratamento e exigiu um vídeo esclarecendo como as pessoas devem proceder para ajudar alguém que sofre uma crise epilética.
O “Purple Day” é celebrado em todo o mundo no dia 26 de março e seu objetivo é contribuir para que essa doença crônica seja despojada de preconceito e desinformação.
Na maioria dos casos, ela pode ser tratada com medicamentos. Mas, por falta de informação, muitos pacientes ainda sofrem preconceito das pessoas ao revelar a doença ou quando apresentam os sintomas.
Os números, divulgados pela Organização Mundial da Saúde – OMS posicionam a epilepsia como uma das doenças neurológicas mais comuns no planeta.
O QUE É EPILEPSIA
De acordo com a Liga Brasileira de Epilepsia – LBE, epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos.
Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise será chamada parcial; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, generalizada. Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos evidentes de epilepsia, não significando que o problema tenha menos importância se a crise for menos aparente.
Sintomas
Em crises de ausência, a pessoa apenas apresenta-se “desligada” por alguns instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida. Em crises parciais simples, o paciente experimenta sensações estranhas, como distorções de percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo.
Ele pode sentir um medo repentino, um desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente. Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Tranqüilize-a e leve-a para casa se achar necessário.
Em crises tônico-clônicas, o paciente primeiro perde a consciência e cai, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do corpo tremem e contraem-se. Existem, ainda, vários outros tipos de crises. Quando elas duram mais de 30 minutos sem que a pessoa recupere a consciência, são perigosas, podendo prejudicar as funções cerebrais.
Causas
Muitas vezes, a causa é desconhecida, mas pode ter origem em ferimentos sofridos na cabeça, recentemente ou não. Traumas na hora do parto, abusos de álcool e drogas, tumores e outras doenças neurológicas também facilitam o aparecimento da epilepsia.
Diagnóstico
Exames como eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem são ferramentas que auxiliam no diagnóstico. O histórico clínico do paciente, porém, é muito importante, já que exames normais não excluem a possibilidade de a pessoa ser epiléptica. Se o paciente não se lembra das crises, a pessoa que as presencia torna-se uma testemunha útil na investigação do tipo de epilepsia em questão e, consequentemente, na busca do tratamento adequado.
Cura
Em geral, se a pessoa passa anos sem ter crises e sem medicação, pode ser considerada curada. O principal, entretanto, é procurar auxílio o quanto antes, a fim de receber o tratamento adequado. Foi-se o tempo que epilepsia era sinônimo de Gardenal, apesar de tal medicação ainda ser utilizada em certos pacientes. As drogas antiepilépticas são eficazes na maioria dos casos, e os efeitos colaterais têm sido diminuídos. Muitas pessoas que têm epilepsia levam vida normal, inclusive destacando-se na sua carreira profissional.
Outros Tratamentos
Existe uma dieta especial, hipercalórica, rica em lipídios, que é utilizada geralmente em crianças e deve ser muito bem orientada por um profissional competente. Em determinados casos, a cirurgia é uma alternativa.
Recomendações
Não ingerir bebidas alcoólicas, não passar noites em claro, ter uma dieta balanceada, evitar uma vida estressada demais.
Crises
Se a crise durar menos de 5 minutos e você souber que a pessoa é epiléptica, não é necessário chamar um médico. Acomode-a, afrouxe suas roupas (gravatas, botões apertados), coloque um travesseiro sob sua cabeça e espere o episódio passar. Mulheres grávidas e diabéticos merecem maiores cuidados. Depois da crise, lembre-se que a pessoa pode ficar confusa: acalme-a ou leve-a para casa.