PARA GOVERNAR PARA TODOS OS BRASILEIROS, BOLSONARO PRECISA SE DESARMAR DE PRECONCEITOS

Excepcionalmente, me permito expressar meus pensamentos em relação ao atual governo brasileiro na condição de sociólogo formado pela Pontifícia Católica de São Paulo – PUCSP na década de 1970, que me instrumentalizou com referenciais teóricos bem fundamentados e cientificamente corretos.

A maioria dos meus professores eram os mesmos professores doutores da Universidade de São Paulo – USP.

Mais tarde, lecionei em faculdades por mais de vinte anos e pude perceber, claramente, a importância das disciplinas de Humanidades na formação do Homem brasileiro como um cidadão com massa crítica suficiente para fazer escolhas com autonomia intelectual e responsabilidade, e não meramente ser um ente passivo por falta de cultura básica.

O anúncio, por si mesmo indigno de um chefe de Nação que mereça esse status, de liquidar as disciplinas de Filosofia e Sociologia nas Universidades públicas federais, enche de vergonha todos aqueles que não se deixam enganar por pirotecnias para desviar a atenção dos graves e agudos problemas do Brasil e que não estão sendo enfrentados de modo sério e responsável.

Como pode um governante aceitar ser “teleguiado” por um cabotino falastrão entrincheirado numa cidade norte-americana e que dita regras, espinafra, e baba palavrões como se estivesse acima do bem e do mal?

O clima palaciano, envolvendo a influência de um triunvirato de filhos empoderados que manobram impiedosamente, acende conflitos em série por meio das malhas das redes sociais.

Ao girar como um furacão em torno de um monotema polêmico [a reforma da Previdência] e de uma pulverização de subtemas paradoxais, além da subserviência fetiche em relação ao Tio Sam, faz transparecer um contexto como se inconscientemente esteja em construção um affair imprevisível nos âmbitos político, social e econômico.

Obsessões à parte, nesta altura dos acontecimentos, muitos já devem estar se perguntado “o que foi que eu fiz?”, depois que a peça começou a ser representada no vasto e complicado palco da esplanada brasiliense.

Até o momento, do que já foi encenado, incluindo, como divulgou a grande imprensa, a oferta de R$ 40 milhões por deputado para votarem a PEC da Previdência, só há razões para temeridades, como ocorreu com govenantes anteriores.

Se estas palavras pudessem ter uma intenção, é bom que fique bem claro: estamos em prece para que o coração e mente do capitão Jair Bolsonaro despertem para a realidade com bom-senso, respeito e, sobretudo, desarmem seu espírito de preconceitos enraizados. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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