‘PARA SER BOM PREFEITO, É PRECISO SENTIR NA PRÓPRIA CARNE A DOR DAS PESSOAS’

Prefeiturar uma cidade e, assim, fica criado aqui um neoverbo, é uma tarefa de alta complexidade ética e moral, além de obviamente política. Afinal, e universalmente, é improvável que alguém consiga agradar a todos, por mais que bem intencionadas sejam as ações do prefeitor, também conhecido como alcaide, como eram chamados os governantes das cidades na Idade Média, palavra de origem árabe.

De qualquer modo, por pior que seja o prefeitor, todavia, sempre pode realizar obras e serviços em benefícios do povo, mesmo que não agrade a todos. É sua responsabilidade administrativa e política fazer o bem aos cidadãos, independentemente de sua situação econômico-social.

O que diferencia um prefeitor de outro são qualidades proativas, competência gerencial, capacidade de realização e uma boa dose de humildade porque cada qual tem suas próprias limitações intelectuais e morais. Assim, há aqueles que são acolhidos com respeito popular quando conseguem estabelecer uma relação humilde e transparente com a sociedade.

Parece nada adiantar prometer melhorar a vida das pessoas, com seus atos, se sua própria vida está mal resolvida em termos de relações sociais imediatas. Quando se promete algo e não se cumpre lhe são atribuídas qualidades pouco lisonjeiras e isso impede notoriamente a densidade de aprovação dos seus súditos, assim podem ser vistos aqueles que menosprezam minimamente a inteligência e a percepção das pessoas.

Quando o alcaide fica distante do povo, não consegue perceber com empatia os sofrimentos singulares e mesmo coletivos dos munícipes. Isso gera a formação de uma imagem pública tão desfavorável quanto áspera, sobretudo nesses tempos de redes sociais em plena ebulição diária.

Portanto, há prefeitores e prefeitores do ponto de vista da opinião pública devido as carências que percebem nas obras e no provimento de serviços públicos básicos, como nas áreas da saúde, transporte público, conservação e melhoria das estradas, para citar três dimensões de maior visibilidade social.

Há duas considerações a serem observadas: 1. existem problemas agudos a serem enfrentados; 2. Existem desafios crônicos.

Um bom administrador precisa ter clareza mental a fim de estabelecer um paradigma de observação e de providências diante dos fatos da vida real.

Oferecemos aqui uma contribuição para quem está na função de prefeitor. Há três tipos de fatos na história de uma cidade: determinantes, importantes e insignificantes. Dito de outra forma: há situações que merecem o status de prioritário, outras que devem ser classificadas como relevantes e, por último, dispensáveis.

Diante dessas perspectivas, é preciso agir com sensibilidade e empatia, como avaliou recentemente o mais famoso prefeito brasileiro – Sérgio Meneguelli, de Colatina, Espirito Santo – que respondendo a um repórter fez uma apropriada preleção:

“Para você sentir a dor que as pessoas estão sentindo, você precisa sentir na própria carne os serviços públicos ofertados a elas em sua cidade.” (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

NÓS AMAMOS IBIÚNA

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *