IBIÚNA – PRESIDENTE DA CÂMARA MANDA RETIRAR DA SESSÃO LÍDER SINDICAL DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Por determinação do presidente da Câmara Municipal de Ibiúna, Rodrigo de Lima, na sessão tensa de hoje (3), o vice-presidente do Sindicato Único dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Osasco e Região, Amilton Arlindo de Moura Rodrigues, foi retirado da sessão por dois guardas municipais.

Ele e o 1º secretário do Sindicato, Juarez Henrique de Paulo, acompanhavam dezenas de funcionários celetistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e técnicos, que prestam serviços no Hospital Municipal de Ibiúna e que vêm sofrendo com sucessivos atrasos de pagamento.

Eles pretendiam que o Legislativo tomasse conhecimento da situação dramática por eles vivida e pedir apoio aos parlamentares, na condição de fiscalizadores das ações do Executivo, responsável pelo pagamento à empresa terceirizada que contrata esses profissionais, a Dro Serviços de Saúde Ltda.

“CONDUTA AUTORITÁRIA”

O objetivo era expor os problemas e que os depoimentos fossem gravados, para registro nos anais do Legislativo. No entanto, não conseguiram esse propósito. O presidente da Câmara, que é líder do Governo e integrante da base aliada, disse que iria permitir que os trabalhadores somente poderiam se manifestar depois de encerrada a sessão.

Houve um intenso bate-boca entre Rodrigo de Lima e Amilton Arlindo de Moura Rodrigues, transmitido por meio de vídeo pela revista vitrine online, que provocou milhares de visualizações e centenas de críticas à postura do parlamentar ibiunense considerada “autoritária e ditatorial”.

Juarez Henrique de Paulo declarou que o Sindicato prosseguirá e intensificará sua luta em defesa dos trabalhadores na área da saúde em Ibiúna, e que estava perplexo com uma postura “contraditória e absurda, já que a Câmara Municipal é a casa do povo”.

REGIMENTO INTERNO

Rodrigo de Lima, durante o bate-boca com o vice-presidente sindical, evocou o artigo 231 do Regimento Interno da Câmara Municipal, que impõe as seguintes medidas:

“Qualquer cidadão poderá assistir às sessões da Câmara na parte do recinto que lhe é reservada, desde que:

I – apresente-se decentemente trajado;

II – não porte armas;

III – conserve-se em silêncio durante os trabalhos;

IV – não manifeste apoio ou desaprovação ao que se passa em Plenário;

V – respeite os Vereadores;

VI – atenda às determinações da Presidência;

VII – não interpele os vereadores;

Parágrafo 1º – Pela inobservância desses deveres, poderão os assistentes ser obrigados, pela Presidência, a retirar-se imediatamente do recinto, sem prejuízo de outras medidas.”

MAL-ESTAR GERAL

A situação causou grande mal-estar entre os presentes e, ainda que estivesse fundamentado nos termos do Regimento Interno, poderia o presidente ter uma conduta republicana e exemplar em respeito aos munícipes e eleitores presentes naquele momento e aos representantes de uma categoria profissional que precisa ser atendida em seus direitos trabalhistas. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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