IBIÚNA – AUTORIDADES PARECEM IGNORAR O VALOR DECISIVO DAS BOAS PRÁTICAS DA COMUNICAÇÃO

Uma equação elementar que as autoridades ibiunenses, tanto do poder Executivo quanto do Legislativo, parecem ignorar no cenário da comunicação pública é: quando não há informação transparente, há especulação, ou seja, opiniões que se formam a partir das aparências, que podem ser enganosas ou ilusórias.

Circula, neste momento, um informe, algo que não tem forma precisa e, por isso mesmo, requer uma postura cautelosa, de que o atual prefeito de Ibiúna se casaria em Sorocaba e passaria sua lua de mel em Miami.

Primeiro, tenha ou não fundamento esse informe, é preciso ressalvar que se trata de um direito que pertence à vida privada de uma pessoa, que não deve se imiscuir com os assuntos relativos ao cargo público que ele ocupa.

Isso ocorre porque se estabeleceu ao longo do tempo, por falta de informações confiáveis ao público, um clima de animosidade em relação ao status de sua postura pública que provoca, como de fato se observa sem esforço, a expressão de comentários picantes e maliciosos em grupos na rede social.

Percebe-se um efeito “gangorra” oriundo do contraste entre a situação administrativa do município – problemas nas áreas da saúde, da coleta de lixo, atrasos de pagamentos, iluminação pública, buracos nas estradas, falta de obras e serviços públicos considerados indispensáveis – e a escassez quase absoluta de informações sobre suas causas reais.

Eis em resumo a perspectiva na mente das pessoas: o município vive um dos seus momentos mais dramáticos de sua história e seu governante parece distante dos acontecimentos; interpretam essa percepção como uma “zombaria”. Algumas postagens nas redes sociais são ainda mais agressivas, com palavras de baixo calão.

Por uma questão de bom senso, parece oportuno ter-se que separar a vida privada da vida pública, como no caso de um eventual casamento que, repetimos, pertence à esfera da vida privada.

O que se pretende dizer aqui é exatamente como uma política de comunicação claudicante com o público ou mesmo inexistente, como requerido, causa reações desagradáveis no meio de uma população insatisfeita com o desempenho prático da administração.

Do ponto de vista da comunicação científica, esse é o resultado natural quando não se estabelece uma relação de confiança, no fluxo das informações indispensáveis que possam estabelecer uma relação harmoniosa entre as autoridades e a população, um dos nobres objetivos da democracia participativa. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *