IBIÚNA – ATRASO PAGAMENTO AFETOU HOJE, NOVAMENTE, AS ATIVIDADES DO HOSPITAL MUNICIPAL

Exatamente uma semana depois que o Hospital Municipal de Ibiúna suspendeu o atendimento por falta de médicos, por falta de pagamento. Nesta segunda-feira (20) os profissionais de saúde, enfermeiros e auxiliares suspenderam o atendimento pelo mesmo motivo.

O atendimento não foi paralisado, mas foi realizado com uma notória lentidão, por um reduzido número de funcionários da Prefeitura. Conheça uma das consequências:

O sr. Antonio Vieira Ribeiro, 46, que trabalha numa roça no Rio de Una de Cima, num lugar conhecido como Godinhos, sofreu uma queda, por volta das 14 horas. Foi levado pelo seu patrão para o hospital onde chegou pouco antes das 15 horas.

Sem ser atendido, foi levado às 19 horas para atendimento na Santa Casa de Piedade. Ou seja: permaneceu ali aproximadamente por 4 horas.

À tarde o secretário de Assuntos Jurídicos da Prefeitura, Bruno Roger Franqueira Fernandes, ligou para o hospital e conversou com uma representante dos funcionários terceirizados, sem no entanto informar precisamente quando os pagamentos serão feitos. Mencionou que isso poderá acontecer na próxima sexta-feira.

A secretária de Administração, Juliana Prado, foi ao hospital e conversou com os profissionais e, em seguida, retornou ao Paço Municipal.

Todas os profissionais, cerca de 130, a maioria mulheres, são funcionários contratadas pela OS “Mãos Amigas” que informou que não vem recebendo os repasses para a realização dos pagamentos, incluindo cesta básica e vale transporte.

Na semana passada receberam vale equivalente a cerca de 40% do salário base de R$ 1.672,00, ou seja, R$ 668,00, mas nem todos tem esse salário-base, alguns recebem menos. Isso referente ao pagamento de dezembro.

Uma representante das profissionais da saúde afirmou a vitrine online que todos estão sofrendo com o atraso e tendo até mesmo dificuldade de pagar transporte para chegar ao serviço, além de estarem com diversos pagamentos, como aluguel, energia, alimentação e faculdade em atraso. Alguns procuraram fazer “bicos” em outros hospitais para garantir um mínimo de receita.

“Isso é uma falta de respeito por parte da Prefeitura para com todos nós, profissionais”, declarou.

ATENDIMENTO SUSPENSO

Na noite do dia 13, o atendimento hospitalar ficou suspenso por algumas horas, por falta de médicos. A porta da recepção ficou fechada por três horas. Uma fonte da Organização “Mãos Amigas” informou que “os médicos precisam receber para trabalhar” e essa foi a principal razão por que não conseguiu escalar nenhum dos médicos que lhes prestam serviços.

Na madrugada desse mesmo dia, a Prefeitura acionou médicos que prestam serviços para outra empresa, “sob promessa de pagamento à vista”, relatou a mesma fonte.

A OS “Mãos Amigas”, diante desse quadro resolveu retirar os seus médicos do hospital, mas continua mantendo os serviços de enfermagem.

“A Prefeitura vem nos prometendo pagar sem no entanto fazê-lo. Prometeu no dia 20 de dezembro, depois dia 24, 5 de janeiro, depois 10 de janeiro e até agora, dia 20, não realizou os repasses.

REUNIÃO

Na manhã desta terça-feira (21) o sindicato dos trabalhadores comparecerá à Prefeitura para uma reunião com o chefe do Executivo. Os representantes da OS também virão tratar de uma solução do problema. Segundo apuramos, em vista da situação, o secretário da Saúde, Samuel Rodrigues, teria apresentado pedido de exoneração, que também deverá ser tema a ser tratado amanhã.

Tão logo soube da nova situação, vitrine online procurou esclarecimento oficial da Prefeitura, mas não obteve retorno. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Nota da Redação: nenhum dos funcionários convidados a falar quis dar entrevista, alegando poder sofrer algum tipo de represália.

 

 

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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