COVID-19 – BARREIRAS SANITÁRIAS SÃO FATOS NOVOS E PRECISAM SER COPREENDIDAS
A cidade de Ibiúna, assim como outras tantas do Interior, amanheceu hoje (20) com uma novidade extraordinária que provocou um número grande de reações nas redes sociais, a instalação de barreiras sanitárias para controlar o acesso de paulistanos turistas e proprietários de chácaras existentes no município, a fim de evitar a importação e transmissão do coronavírus no município.
A tensão, o medo, ou mesmo pavor da contaminação fazem parte desse teatro de horror com perdas de vidas humanas em todo o País e no mundo, com número de óbitos crescente e isso provoca uma divisão e um desejo de distanciamento e isolamento social que tem sido apontado como essencial para conter a onda de contágios, além do uso de máscaras faciais, hábito de lavar bem as mãos e o uso de álcool em gel como desinfetante. Não custa lembrar.
As barreiras sanitárias foram decididas pelos prefeitos tendo em vista o “feriadão” prolongado decretado na cidade de São Paulo, com mais de 12 milhões de habitantes e epicentro do maior número de casos e de mortes pela Covid-19. Aí está a razão do medo percebido claramente nas redes sociais com manifestações até mesmo xenofóbicas, naturais quando os indivíduos se sentem extremamente inseguros e ameaçados.
No entanto, é preciso levar em conta que essa medida deve ser compreendida como mais uma iniciativa para conter ou restringir tanto quanto possível a migração do vírus de uma para outras pessoas.
Mas, também, é necessário que as autoridades contabilizem de imediato o aprendizado com essa nova experiência e aperfeiçoem os procedimentos para torná-la eficaz verdadeiramente. Em decorrência da barreira, logo após a entrada na cidade, o congestionamento chegou a mais de três quilômetros na rodovia Bunjiro Nakao, a principal via de acesso para quem vem da capital paulistana. Uma mulher que estava presa no congestionamento lançou farpas em direção ao governador João Dória e ao prefeito Bruno Covas no Facebook.
Na verdade, dificilmente se saberá se a medida resultou em efeitos práticos, isto é, se realmente impediu que pessoas mesmo contaminadas e sem sintomas, mas capazes de transmitir o vírus, tenham sido flagradas, o que é, diga-se de passagem, difícil de ser conseguido em virtude dos estágios e características ainda desconhecidas da doença.
De qualquer forma, a presença da autoridade na rua não deixa de ser uma medida sanitária, de vez que demonstra claramente que há uma pandemia e cada um deve se comportar como cidadão correto e responsável, em relação a si mesmo e aos outros.