ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DENUNCIARÁ AO MINISTÉRIO PÚBLICO GASTOS COM A COVID-19 EM IBIÚNA

O grupo de Parlamentares em Defesa do Orçamento – PDO, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, enviará para o Ministério Público denúncias sobre os gastos públicos relacionados ao combate da Covid-19 pela Prefeitura de Ibiúna.

Ontem (2), cinco dos seus integrantes fizeram uma vistoria-surpresa tanto no Hospital de Campanha instalado na Área de Lazer quanto no Hospital Municipal e apontaram uma série de problemas que, segundo observação do deputado sargento Néri, um dos integrantes do PDO, “É lamentável o que encontramos aqui”.

As constatações apresentadas pelos deputados foram divulgadas ao vivo pelo Jornal do Povo e também por meio de um vídeo e nota do grupo que reproduzimos abaixo.

As manifestações dos parlamentares – além do Sargento Neri, também participaram da vistoria os deputados Márcio Nakashima, Coronel Telhada, Adriana Borgo e Letícia Aguiar – confirmam a notícia divulgada por vitrine online no dia 26 de maio intitulada “IBIÚNA – EDIS CONTAM 5 LEITOS DE UTI E 8 DE ENFERMARIA NO HOSPITAL DE CAMPANHA; MENOS DA METADE DOS NÚMEROS ANUNCIADOS”, com base no relato público feito por dois vereadores ibiunenses que visitaram o Hospital de Campanha [leia a notícia], em companhia do secretário municipal da Saúde.

“PANDEMIA DE GASTOS”

Eis, na íntegra, o comunicado divulgado pelo PDO, hoje:

“Uma pandemia de gastos públicos”. Esta é a conclusão dos deputados do grupo PDO (Parlamentares em Defesa do Orçamento) ao verificarem, na tarde desta terça-feira, 2, o atendimento a pacientes da Covid-19 nos hospitais do município de Ibiúna, no interior de São Paulo.

Ao custo mensal de R$ 1,3 milhão, o hospital de campanha foi erguido sob uma tenda precária, apresenta infiltração, áreas descobertas e espaços vazios que deveriam abrigar leitos, um exemplo de desperdício e má gestão dos recursos públicos.

Desde que foi inaugurado, em 27 de abril, o hospital atendeu 30 pacientes e registrou dois óbitos. Atualmente, dos 26 leitos, apenas 8 estão ocupados. A estrutura gerida pelo Instituto de Gestão, Administração e Treinamento em Saúde (IGATS), conta com quatro médicos e 20 profissionais da saúde.

Próximo dali, o Hospital Municipal de Ibiúna tem 60 leitos, sendo 7 para Covid, e também está vazio. A diferença é que neste equipamento, os recursos são bem mais escassos. O hospital, que é mantido com cerca de R$ 800 mil mensais tem estrutura precária e seus profissionais estão com salários atrasados, segundo apurado com trabalhadores que terão identidade preservada.

Os deputados constataram, mais uma vez, investimento desnecessário em hospital de campanha que, passada a pandemia, não continuará servindo a população. O caso será levado ao Ministério Público.

O grupo PDO (Parlamentares em Defesa do Orçamento) tem o objetivo de prestar contas à população dos gastos públicos com total transparência e respeito. É formado pelos deputados Sargento Neri, Márcio Nakashima, Coronel Telhada, Adriana Borgo, Letícia Aguiar, Coronel Nishikawa, Ed Thomas, Conte Lopes e Tenente Coimbra. Denúncias em www.grupopdo.com.br.

O que diz a Secretaria Municipal da Saúde

De acordo com nota da Secretaria municipal da Saúde de Ibiúna, o hospital de campanha tem capacidade para 26 leitos, sendo 10 para UTI e aguarda pelo procedimento do DRS (Departamento Regional de Saúde) para credenciar os demais leitos.”

A pasta afirma que a construção de hospitais de campanha segue critérios técnicos adotados durante a pandemia. Que não há escassez de profissionais e que os salários dos funcionários estão em dia.”

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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