PREFEITURA NEGOCIA COM CLARA IBIÚNA RESORT RECAPEAMENTO DA ESTRADA DA CACHOEIRA

Quando o Clara Ibiúna Resort se instalou nas margens da represa Itupararanga, no final da Estrada da Cachoeira, no bairro Campo Verde Debaixo – depois de adquirir uma exuberante fazenda do dono de uma grande agência publicitária brasileira –,  vitrine online publicou notícia auspiciosa, já que o empreendimento daria emprego para mais de uma centena de pessoas.

A notícia foi vista por cerca de 30 mil pessoas à época e provocou uma avalanche de currículos que os ibiunenses, em busca de uma colocação, enviaram para o Santa Clara Eco Resort, localizado no município de Dourado, no interior paulista e primeiro empreendimento do grupo empresarial.

No entanto, a Estrada da Cachoeira, que já estava abandonada havia anos, se encontrava em péssimas condições de tráfego por conta de uma infinidade de buracos, alguns enormes. A empresa realizou um investimento à época que resultou no recapeamento no trecho mais próximo do resort, mas o resto continua até hoje muito ruim. Fez também um serviço de tapa-buracos que pelo que apuramos precisa ser refeito. Na verdade, a estrada precisa de um recapeamento completo.

A pedido de moradores, vitrine online publicou várias notícias a fim de que a Prefeitura resolva esse problema com serviço de qualidade, pois há trechos perigosos e muitos prejuízos financeiros aos usuários da estrada causados por quebra no sistema de suspensão, estouro de pneus e o perigo de colisão entre veículos, sobretudo quando fazem ziguezague para desviar dos buracos.

De acordo com o secretário de Governo, Tiago Albertim, a Prefeitura tem mantido “conversas iniciais para um acordo entre Prefeitura e a empresa responsável pelo resort para o recapeamento da estrada da Cachoeira, em forma de contrapartida aos benefícios fiscais oferecidos” em 2018.

ISENÇÃO POR UMA DÉCADA

Nota encaminhada pela Municipalidade a vitrine online explica a razão desse procedimento, sem, no entanto, apontar a previsão do montante envolvido por uma década de isenção de seis impostos, em benefício do resort. Veja a nota oficial:

“De acordo com a Lei Complementar nº 166, de 16 de maio de 2018, durante a gestão do ex-prefeito João Mello, foram concedidos seis benefícios fiscais, sendo eles: Redução de 100% do Imposto Predial e Territorial Urbano do Imóvel onde se encontra a unidade do Clara Ibiúna Resort, redução de 100% das taxas devidas pela aprovação de projetos de construção civil da respectiva empresa, isenção de 70% sobre taxas e impostos para o pedido de auto de conservação das edificações já existentes, redução de 100% do imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza e demais taxas devidas pelas obras de construção civil da respectiva empresa, redução de 100% das taxas de Fiscalização e Instalação e Funcionamento da respectiva empresa e Isenção do Imposto Sobre Transmissão de Bens Intervivos Incidente (ITBI) sobre a compra de bem imóvel pela empresa e destinado à sua instalação.

Os benefícios fiscais descritos têm duração de 10 anos, a partir da data da promulgação da lei.”

A secretaria de Obras informou que há um convênio paralisado para a pavimentação [de um trecho inicial da Estrada da Cachoeira, de 700 metros, também iniciado no governo anterior], mas que, “desde o início da gestão do prefeito Paulinho Sasaki, existe um trabalho para a retomada do mesmo. No momento, os projetos atualizados estão na Caixa Econômica Federal para análise.”

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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