O SUMIÇO DA PITTY
Essas três fofas, acreditem, cuidam da nossa casa vinte e quatro horas. Guardiãs incansáveis, estão sempre atentas e, ao menor, barulho, sobretudo de cavalos passando na estrada, saem em correria para observar em loco o que está acontecendo e chamar nossa atenção.
Outro dia as três saíram para passear na margem da represa. Sem coleira. Foi uma alegria só. Uma corria para um lado, outra atolava na lama, atentas a tudo, como, por exemplo, quatro gaviões que estavam bem próximos uns dos outros.
Quando elas chegaram, saíram em revoada.
É verdade que nunca haviam ido tão longe, pois hoje em dia a represa Itupararanga está com seu nível de água muito baixo, como poucas vezes se viu.
Num piscar de olho e pronto. Onde está a Pitty? Sumiu!
Começou um corre-corre atrás dela que se esfumou. Ela não é de fugir, não! Daí ser maior a nossa preocupação.
Procuramos em toda a parte e nada da Pitty aparecer. Somente a Mary e a Athena, uma vira-lata que não corre, voa, tão é sua ligeireza, que adotamos há um ano. Ela, sim, é de fugir. Basta abrir o portão, especialmente quando aparecem visitas, e lá vai ela, se embrenha na mata e desaparece. Horas mais tarde aparece se posta diante da porteira e fica latindo. “Ei, venham abrir, quero entrar”.
Mas e a Pitty que não aparece? Todos ficamos cada vez mais preocupados. O tempo foi passando, escureceu e nada do animalzinho dar o dar de sua graça.
Ainda mais apreensivos, começamos a disparar a notícia da desaparição, com foto para ser identificada, num grupo fechado e depois no Facebook. Parece que de alguma forma isso poderia ajudar.
Estava muito frio e só de imaginar que ela estava fora do seu abrigo já nos deixava ainda mais ansiosos. Pessoalmente, saí várias vezes no quintal e olhava no portão iluminado. Nada. Que fazer?
Alguém deu uma ideia, por volta das 23h50, quem sabe vai ver mais uma vez. Então, com fé redobrada, saí mais uma vez. Não é que vi um bichinho branquinho do lado de fora do portão! Seria ela? Apressei o passo para chegar mais perto e eis que a vi. Era ela. Gritei para todos que estavam em casa. “É ela, é ela!”
Foi uma alegria e tanto, um tremendo alívio geral! “É ela mesma, alguém perguntou?” Sim, era ela!
De volta ao lar.
Um mistério ficou no ar. Onde esteve durante tantas horas? (C.R.)