BOM-DIA, POVO IBIUNENSE!

Povo trabalhador, humilde, ordeiro, persistente, esperançoso, movido no dia a dia pela fé e a determinação de que a vida vale a pena, a despeito de todas as adversidades que fazem parte da existência e que sonha por dias melhores, como, aliás, é um desejo motivacional diante da condição humana.

Bom-dia, povo ibiunense, merecedor de todo respeito, ao compor o cenário cotidiano de um teatro da vida real que encobre sentimentos profundos, reproduzidos em sonhos que, por natureza, delatam a natureza dupla de que poucos se dão conta.

A mesma natureza essencial que marcou a vida de Jesus, Buda, Arjuna, entre outras figuras transcendentais, no eterno combate entre o bem e o mal que muitas vezes nos confundem diante daquilo que foi descrito por Chico Buarque de Holanda como “Roda Vida” cantando como surgimos a cada novo dia e como a gente se sente.

Bom-dia, povo ibiunense! Que partiu cedo para o trabalho, ou para a escola, ou para caminhar ou para outro destino qualquer e sempre por uma boa razão e às vezes por razão alguma, porque há dias iniciados que nem vemos nossa imagem refletida no espelho porque estamos cingidos em um espaço em que não se está em si mesmo e sim em outras divagações. Isso faz parte da natureza animal em que convivem a razão e o sentimento, às vezes de modo conflitante.

Uma força quer te levar em uma direção, a outra para um destino diferente, quando então podemos chafurdar em nossa mente como se tivéssemos nos distanciados de nós mesmos e, não raro, isso acontece com frequência, por uma simples razão: não somos donos de muitos de nossos próprios pensamentos que, em verdade, nos pensam e podem nos confundir.

E pensar que pensar é nosso único e verdadeiro recurso existencial. Enquanto não aprendemos a pensar, não pensamos, e, por isso mesmo, agimos sem perceber nossos atos reais diante dos outros, mas, sobretudo, diante de nós próprios. Por isso, seguimos um destino que não é exatamente aquele que desejamos.

Mas ainda que a esperança possa ser vista como apenas uma forma de consolo diante das agruras do dia a dia, podemos então cogitar que a solidão não é um lugar de sofrimento e sim de redenção. Enfim, é o portal que nos dá acesso a nossa essência verdadeira que teimamos achar que se encontra fora de nós, quando está exatamente dentro de cada um de nós.

Por tudo isso e, mais uma vez, bom-dia povo ibiunense, merecedor de todo respeito e consideração que reconhecemos com louvor. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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