“VEM SÃO SEBASTIÃO, VEM PRA JUNTINHO DE NÓS…”

Quando na manhã desta terça-feira (31), friorenta e chuvosa, a imagem de São Sebastião surgiu em seu andor, saindo da Igreja de Nossa Senhora das Dores, igreja matriz de Ibiúna, lembrei-me de sua chegada festiva na noite de sábado, quando milhares de pessoas se concentraram nas ruas centrais e na praça da matriz para acolher o santo protetor da cidade.

A imagem foi trazida para fora depois de realizada a missa concelebrada de despedida do santo.

A Festa de São Sebastião é um ciclo religioso em que a fé é o motor dos devotos que se repete há 103 anos O santo vem, depois volta, vem e volta… É um ciclo de renovação da esperança, porque ele sempre volta, ainda que seu retorno para o sertão, onde se encontra sua capela, deixe um sabor de despedida vivida de maneiras diferentes pelos fiéis.

A CHEGADA

A missa campal foi concelebrada no palco da praça da Igreja Matriz

Quando a imagem do santo, trazida em procissão, adornada com arte e esmero pelos irmãos Ruivo em seu andor, surgiu no alto da Rua XV de Novembro em direção da Praça da Matriz, no coração de Ibiúna, no começo na noite do sábado (28), a mulher ergueu os braços e as mãos para o céu e disse:

“Vem, São Sebastião, vem pra juntinho de nós e nos proteja com sua graça.”

Em seguida, ainda com os braços estendidos para o céu:

“Divino Espírito Santo, faça com que haja mais amor e paz entre os homens!”

Como se reconhece, por muitos depoimentos de devotos ibiunenses, homens e mulheres, muitas pessoas ao longo do tempo têm conseguido graças pela força da fé.

Para alguns basta estar próximos do santo na romaria, mas para outros tocar e carregar a imagem, mesmo que por pouco tempo, é uma experiência descrita como fonte de renascimento e alegria.

A imagem de São Sebastião ficou na praça durante a realização da missa
Os fiéis acompanham a missa na praça da Matriz

Pelo 103º ano, com duas exceções, em 2020 e 2021, por causa da pandemia da covid-19, a festa do protetor de Ibiúna é celebrada com o júbilo dos fiéis no maior evento religioso do município que chega a atrair às ruas e praças milhares de pessoas ibiunenses e de outras cidades.

A PARTIDA

No momento em que escrevo estas linhas, os romeiros em menor número do que na chegada, se encaminham para a Fazenda Santa Maria, no bairro do Piaí, onde haverá o santo terço. Às 17 horas, no bairro do Pocinho, onde se encontra a Capela de São Sebastião, haverá missa da volta da imagem, fechando o ciclo de comemorações deste ano de 2022.

Próximo do coreto na saída da Avenida São Sebastião, debaixo de uma garoa, o padre Omar puxava orações, lançava água benta nas pessoas e exaltava a fé manifesta do povo ibiunense que seguia fazendo preces.

NO SÁBADO

Na praça da Matriz houve missa campal concelebrada pelo bispo da Diocese de Osasco [à qual estão vinculadas as igrejas de Ibiúna], d. João Bosco, pelo pároco da Igreja Matriz, padre Benedito Aparecido Cesário, e também os padres Paulo Marcieca, Edileis, Fernando Ribeiro, Vinicio Soares, Riomar, Omar e diácono Jonatan.

O show musical ficou por conta da banda católica Anjos de Resgate.

A procissão que trouxe a imagem do Sertão incluiu mais de 1.500 cavalos e cavaleiros, charreteiros, ciclistas, romeiros a pé e que foi acompanhada por milhares de pessoas nas ruas centrais e na praça da Matriz.

MILAGRE

Ao longo de mais de um século, há muitos testemunhos de graças concedidas por São Sebastião, seja em relação a doenças, a situações difíceis ou que requerem esperança e paciência.

Na segunda-feira, vitrine online publicou com exclusividade a história de um casal ao qual o santo terá concedido a graça da gravidez a uma jovem ibiunense que tentou ter filho durante nove anos, tendo chegado a fazer duas fertilizações in vitro, ficado grávida de gêmeos que abortou.

Por último o casal resolveu pedir ao santo. A filha do casal, hoje com quatro meses, nasceu em janeiro deste ano. A família, vindo a pé do sertão, num percurso de trinta quilômetros, se encontrava no interior da Igreja Matriz, jubilosa pela graça recebida.

Você pode ler a notícia em vitrine online publicada sob o título EM LÁGRIMAS, FAMÍLIA CELEBRA UM MILAGRE DE SÃO SEBASTIÃO, já lida por mais de cinco mil pessoas até o momento. (C.R.)

Mais de 1.500 cavalos/cavaleiros participaram da romaria

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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