A GENIAL ESCOLHA DE JÔ SOARES

O amor e a benevolência de Jô Soares ao próximo transpareceram de forma cristalina em uma entrevista que ele concedeu ao Marcelo Tas no programa #Provoca, exibido pela TV Cultura em 2020. Lá, Jô também confessou não ter medo da morte, e sim de ficar improdutivo.

Na sequência, respondendo ao interlocutor, que também atuou como humorista, disse que seu desejo era levar a esperança para algumas pessoas, exemplificando que recebia muitas cartas comoventes dos seus telespectadores.

A genialidade foi a marca de sucesso em todas as suas atuações artísticas, como escritor, dramaturgo, pintor, diretor de teatro, humorista e músico, também poliglota, o que o permitiu entrevistar personalidades mundiais de modo fluente.

Houve uma notável unanimidade nas homenagens que lhe prestaram milhões de brasileiros, autoridades, artistas, políticos e pessoas simples do povo que admiravam seu talento e inteligência que fizeram rir ou dar gargalhadas ao longo de sua longa e admirável carreira.

Jô era também encantador com seu humor fino, recheado de caricaturas e com uma sensibilidade plural que até seus alvos de escárnio o respeitavam.

Mas o que de fato queremos aqui realçar é realmente sua bondade, amor e respeito ao próximo. Veja o que ele disse qual foi o grande propósito de sua vida:

— Não ter feito mal a ninguém.

Em seguida ao definir como seria sua vida:

— Vou viver e não vou fazer mal a ninguém.

E você, Jô, fez exatamente isso. Fez bem aos brasileiros e ao Brasil com sua vasta cultura, inteligência e uma espirituosidade digna de quem fez o que prometeu a si mesmo.

Talvez por isso, como ele declarou, tinha capacidade de não ficar remoendo o passado.

Beijo, Gordo! (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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