ZORRA ELEITORAL INTRANQUILIZA BRASILEIROS SENSÍVEIS
É espantoso o que está acontecendo no Brasil em torno das campanhas eleitorais. Uma desinformação absurda está levando de roldão as mentes das pessoas mais influenciáveis por mentiras falsamente mascaradas, com o uso cada vez mais habitual que se faz na internet em postagens com a utilização de filtros. A realidade não é o que parece.
Vejo uma artista famosa confessar que está com medo dos acontecimentos e pensar em deixar o país, possibilidade para poucos que, como ela, é rica o suficiente para viver para sempre no exterior. Um privilégio raro diante da imensidão de um povo empobrecido, entre os quais milhões vivendo em estado de insegurança alimentar.
O que se está oferecendo para a população mais se parece como uma miragem construída friamente para criar ilusão que, como tal, não existe, até que se verifique aquilo que se apresenta como algo muito bom, que não é verdadeiro, mas produto de uma falsa realidade.
Ao mesmo tempo em que profusas ondas de fake news são sistematicamente despejadas nas cabeças da população, cria-se a ideia de um futuro utópico baseado no desejo humano de se sentir seguro e livre de preocupações alimentadas no imaginário, por terrível ameaça da ocorrência de algo imponderável.
Situação similar já ocorreu no mundo em momentos de fragilidade na estrutura da sociedade provocando resultados catastróficos, como se verificou na 2ª Guerra Mundial, com a morte de milhões de indivíduos.
Parece haver um conflito jamais visto no Brasil entre evangélicos e católicos, quando, por princípio, a religião surge para dar um ordenamento ao comportamento humano baseado na fé. Então a politização não é uma péssima inversão de valores quando se trata da religião?
Em agosto de 1572, houve um conflito de natureza religiosa na França, conhecido na história como noite de São Bartolomeu. Uma repressão ao protestantismo, instigada pelos reis franceses, que eram católicos, provocou a morte de entre 5 e 30 mil pessoas.
Claro que Deus é brasileiro e isso jamais ocorrerá em nosso país! Afinal, somos multicampeões mundiais de futebol, temos o maior Carnaval do mundo, é só alegria; somos considerados um povo amante da paz e da cordialidade, além do que por termos um clima tropical sejamos naturalmente pacíficos, como já observaram alguns antropólogos europeus, habituados a temperaturas frias. Supostamente, calor relaxa, o frio enrijece.
É verdade que as torcidas ‘organizadas’ e adversárias muitas vezes se defrontam como se estivessem em guerra, ah!, mas isso não passa de intrigas passageiras, uma extroversão eufórica, não é mesmo?
No dia 30 haverá eleição em segundo turno e peço a Deus que proteja o povo brasileiro, sinceramente. Mas o que está acontecendo é mesmo de causar espanto, pelo menos em mim e alguns amigos com os quais tenho conversado. Tenho visto que não é somente a artista brasileira que está sentindo medo da situação que estamos vivenciando. (C.R.)
