IBIÚNA – TEMPESTADE REVELOU: O HOSPITAL NÃO TEM GERADOR DE ENERGIA

Orgulhosa de ter instalado placas de energia solar fotovoltaica no Hospital Municipal de Ibiúna, em julho de 2022, a Prefeitura de Ibiúna postou uma foto aérea [foto] e divulgou a notícia, revelando que esse feito representaria um economia mensal de R$ 100 mil. A instalação em si custou R$ 700 mil.

Na tempestade que abateu sobre o município no dia 3 deste mês houve falta de energia elétrica geral, em decorrência de quedas de árvores sobre a rede elétrica. O hospital ficou às escuras desde a noite da sexta-feira até a manhã de sábado, quando o fornecimento foi restabelecido na região central da cidade.

Literalmente, o hospital ficou à luz de velas, o que prejudicou o seu funcionamento, assim como o atendimento aos pacientes, já que os aparelhos deixaram de funcionar [raio-X, exames laboratoriais, e de assistência direta aos pacientes].

Vitrine online recebeu diversas manifestações de leitores que preferiram não se identificar com uma indagação que continua sem nenhum esclarecimento por parte da Prefeitura: quais foram os efeitos da falta de energia para os pacientes ali internados?

POR QUE O HOSPITAL NÃO TEM GERADOR?

O secretário de Desenvolvimento Urbano, não o secretário da Saúde ou o prefeito, chegou até mesmo a gravar um vídeo em frente ao hospital para anunciar as medidas adotadas pelo Executivo e a realização de novos investimentos, sem especificá-los.

Mas a mesma autoridade nem sequer mencionou o fato de o hospital não contar com um gerador, o que é um fato extremamente preocupante, já que há pacientes que necessitam de procedimentos que dependem de energia elétrica.

A tempestade apesar de ser extremamente devastadora, serviu para revelar essa grave carência no ambiente hospitar de Ibiúna.

Se for verdade que a instalação de placas solar de energia fotovoltaica resultou numa economia mensal de R$ 100 mil, se multiplicarmos pelo número de meses passados, a administração teria feito uma economia de R$ 1,6 milhão, suficiente para dotar o hospital de um gerador de alto desempenho.

Se essa medida tivesse sido adotada o hospital prosseguiria os atendimentos aos pacientes de recepção e os internados normalmente, o que não aconteceu.

Grandes estabelecimentos comerciais em Ibiúna funcionaram normalmente como se não tivesse falta de energia. Esses equipamentos, como o grupo de gerador Scânia, funcionam automaticamente quando um sensor registra a queda de energia. Esse grupo de gerador custa R$ 397 mil, quantia muito inferior ao que terá sido economizado desde agosto de 2022.

A prefeitura que investe em divulgar suas proezas, como se as coisas andassem a mil maravilhas, deve essa explicação ao povo ibiunense, ainda que essa possibilidade seja remota.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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