PREFEITO E VEREADORES DE IBIÚNA GANHAM OS MAIORES SALÁRIOS DA REGIÃO

Essa constatação foi revelada ontem (27) pelo engenheiro Marcelo Zambardino, um dos participantes do programa da  TVUNA [se você não viu ao vivo, pode entrar no Youtube, clicar na lupinha e abrir TVUNA para assistir a qualquer momento].

Zambardino fez uma pesquisa comparativa que surpreendeu muitos telespectadores. Até mesmo em Sorocaba, com uma população de 813 mil habitantes, os vereadores recebem subsídios inferiores aos dos edis ibiunenses que, com aumento a ser atribuído na nova legislatura em fevereiro de 2024, terão a cifra aumentada para cerca de R$ 14 mil. Veja os valores:

Ibiúna – R$12.015,09

Sorocaba – R$11.838,14

São Roque – R$10.191,39

Mairinque – R$8.393,40

Araçariguama – R$7.105,00

Piedade – R$3.628,75

SALÁRIOS DE PREFEITOS

Ibiúna – R$30.040,74

Sorocaba – R$29.363,01

Mairinque – R$20.983,67

Ibiuna é a cidade que paga salários mais altos para políticos,  mas o retorno para população é péssimo”, comentou Zambardino, que é presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Ibiúna há mais de 10 anos.

SITUAÇÃO PIOROU

Também participaram da entrevista ao vivo na TVUNA a professora e diretora de escola Naiane Pereira Leite, vice-presidente do Conselho Municipal da Educação, e o advogado Renan Godinho que nas eleições de 2020 para o cargo de prefeito ficou em segundo lugar.

Os três estiveram no lançamento da TVUNA no dia 26 de abril deste ano, quando foi abordado o tema “Nossa cidade – Problemas e Soluções. Agora fizeram uma analise dos primeiros três anos do atual governo municipal que ingressa no último ano de mandato.

Eles fizeram uma análise em torno do tema “Governo de Ibiúna – O que piorou? O que melhorou? O que ficou igual”.

Não foi possível debater todos os temas pautados em face da exigência requerida aos primeiros assuntos que demandaram comentários devido à complexidade da própria situação observada.

No entanto, no que pôde ser avaliado os três foram unânimes em concluir que a situação político-administrativa de Ibiúna piorou, apesar dos atuais detentores do poder Executivo proclamarem, por meio de propagandas intensivas, que fazem um bom governo com a realização de dezenas de obras.

Essa posição não cotejou o desempenho do atual governo com o anterior, incomparável do ponto de vista de má gestão, e sim em relação às promessas feitas à população e apresentadas na edição de um jornal da campanha, e não cumpridas.

Hospital Municipal de Ibiúna – a falta crônica de médicos, de medicamentos, atrasos de pagamento dos servidores e empresas prestadoras de serviços foram apontados como problemas crônicos, incluindo a falta de gerador para o caso de falta de energia elétrica, como se verificou dramaticamente no dia 3 de novembro, quando ocorreu um temporal que prejudicou o fornecimento de energia no município. Na verdade, há um gerador Mercedes desativado há anos.

Ressalvado o respeito aos servidores que atuam no hospital e se desdobram para oferecer um bom atendimento com recursos limitados, o hospital está a dever a população um atendimento mais humano e eficiente.

Terminal Rodoviário –  Em relação à famigerada reforma do Terminal Rodoviário, iniciada há mais de dois anos, se considerou um caso vergonhoso em relação à Prefeitura. A obra continua paralisada e é alvo de chacota por parte da população. O que mais chama a atenção é o amargo sofrimento imposto à população usuária de serviços, na maioria pessoas simples residentes nos bairros rurais, e que estão na Rua Guarani submetidas a chuvas, sol forte, frio, num desconforto que reflete o desrespeito aos munícipes.

Agora, com a notícia de que a empresa originalmente contratada para fazer a reforma foi dispensada, depois que o Tribunal de Contas do Estado apontou  irregularidades na concorrência, na licitação e nos aditivos (aumentando o preço), a Prefeitura anuncia que o custo para sua conclusão deverá ser R$ 5,6 milhões, considerado exorbitante, segundo apuramos com um especialista, levando em conta que a reforma aproveitou a estrutura da antiga estação, substituindo telhado e paredes.

Fundeb-CACS – O requerimento protocolado pelo presidente do Fundeb-CACS, advogado Mário Pires, à Câmara Municipal no dia 11 de dezembro, pedindo averiguação de infração político-administrativa de possíveis irregularidades observadas na gestão do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais) no município foi apoiada pelos entrevistados.

A mesma representação foi encaminhada para o TCESP – Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e ao Ministério Público e poderá resultar na abertura de um processo de cassação do prefeito pelas comprovações das possíveis irregularidades apresentadas no documento com 27 páginas.

TEMAS QUE FICARAM DE FORA

Por absoluta falta de tempo, ficaram fora da entrevista os seguintes temas:

  1. Iluminação pública
  2. Segurança Pública (Prefeitura anunciou que vai criar um Conselho Municipal de Segurança) – furtos, assaltos, ataques a pessoas
  3. Estradas municipais urbanas e rurais (problemas somente foram mencionados de passagem)
  4. Teatro Municipal no Alto da Figueira
  5. Falta de água (responsabilidade da Sabesp), mas também da Prefeitura
  6. Coleta e destinação do lixo
  7. Represa Itupararanga
  8. Terrenos clandestinos/devastação das matas, poluição
  9. Avenida São Sebastião

TELESPECTADORES

A interação dos telespectadores foi notável por meio de comentários, opiniões e críticas ao poder público. Houve pelo menos um participante que disse: “A gente sente vergonha de conviver com uma situação de abandono em que se encontra a cidade.

NOTA DA REDAÇÃO – A TVUNA e vitrine online reiteram que ambos os espaços, na tv e na revista eletrônica, estão abertos para as manifestações das autoridades municipais, tanto do Executivo quanto do Legislativo, a fim de que façam conhecer sua posição e contribuam para que a população ibiunense seja bem-informada.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *