IBIÚNA – SERVIDORES REPUDIAM ATO DO PREFEITO DURANTE ASSEMBLEIA
O prefeito de Ibiúna Paulo Sasaki foi alvo de inflamados protestos dos funcionários municipais hoje (11) à tarde, durante a assembleia da categoria convocada pelo Sindicato dos Servidores Públicos de São Roque, Ibiúna e Região.
Eles protestavam contra o “desrespeito da atual administração com a classe dos servidores”.
Ontem (10) à tarde, já tendo conhecimento dessa manifestação, Sasaki encaminhou projeto de lei do dissídio da categoria definindo o índice de 1,46% de aumento, a partir de 1º de abril de 2024.
Em seus discursos, com momentos de aplausos, tanto a presidente da entidade, Patrícia Bueno Lisboa, quanto a diretora e ex-presidente da instituição, Dalva Domingues de Oliveira, repeliram a decisão do prefeito.
Em entrevista à TVUNA, Lisboa afirmou que se os vereadores aprovarem o projeto na sessão da próxima terça-feira (16), cada servidor municipal deverá ter aumento mensal entre 10 e 20 reais. “É humilhante”, disse a líder sindical.
Uma servidora comentou que com esse valor será possível comprar um ou dois mamões papaia em um mês.
O sindicato defende que, ao menos, haja uma reposição de 3,94% a partir do dia 1º de janeiro.
“TAPA NA CARA”
Oliveira fez um discurso enfático, com microfone em punho, dirigindo-se a uma câmera de segurança na porta da Prefeitura, como se fosse os olhos do chefe dó Executivo.
“Essa reposição é um tapa na cara dos servidores”, disse elevando o tom de voz. Ele pensa que o servidor é bobo, mas está muito enganado.”
NA CÂMARA
Como existem 2.700 servidores municipais, o objetivo de decidir sobre uma paralisação imediata teve que ser adiado, já que seria necessária a adesão formal de 50% dos funcionários + 1.
Por sugestão de uma participante da assembleia ficou acertado que haverá um movimento para conseguir esse quórum pelo sistema digital.
“Se necessário, vamos parar Ibiúna”, bradou Oliveira, convocando para que compareçam na próxima terça-feira (16) à sessão da Câmara Municipal que deverá apreciar o projeto do prefeito. Sugeriu que levem apitos e narizes de palhaço e que estejam preparadas para uma reunião em frente o Legislativo para “decidirem o próximo passo”.
A diretora sindical também fez reiterados desmentidos a declarações do prefeito em um vídeo postado na manhã de hoje nas redes sociais em que ele anuncia que está realizando os pagamentos dos servidores em dia, bem como o piso salarial dos profissionais da saúde e da educação. “É tudo mentira, prefeito!”, ela pontificou.
O chefe do Executivo também declarou que pensa em proporcionar outros benefícios como cesta básica e vale refeição, assim que a legislação eleitoral permitir, o que também foi rechaçado pelo sindicato, como uma justificativa enganosa.
“Nossa intenção já era ter enviado esse projeto, mas somente pudemos mandá-lo para a Câmara”, declarou o prefeito.

DESCONTENTAMENTO EVIDENTE
As servidoras que participaram da assembleia se mostravam notoriamente descontentes com a atual administração pública. Algumas chegaram a comentar: “O que vamos fazer com 10 ou 20 reais a mais em nossos salários?”
Houve quem disse em voz alta: “Veja se há atrasos nos salários dos vereadores, dos prefeitos e dos comissionados, mesmo eles sendo de maiores valores.”
ASSÉDIO MORAL
O número de servidores poderia ser maior do que foi registrado na ata. Isso, de acordo com o sindicato e algumas participantes, se deve a dois fatores: 1. Uma provável intimidação que teria sido feita por uma autoridade municipal relacionada a abertura de processo administrativo; 2. O fato dos servidores estarem cumprindo seu expediente de trabalho no horário fixado para a assembleia.
Um terceiro fator apontado foi o tempo chuvoso e frio.
Mas a diretora Dalva Domingues de Oliveira foi categórica: “Se algum de vocês receberem algum tipo de comunicação, seja de quem for da Prefeitura, no sentido de constrangimento, nos avise imediatamente, por que assédio moral é crime”.
