IBIÚNA – PREFEITURA DEIXA VEREADORES ENTRE A CRUZ E A ESPADA
A irrisória proposta de aumento de 1.46% de reposição salarial para os servidores municipais de Ibiúna encaminhada pelo prefeito Paulo Sasaki, por meio de um projeto de lei complementar, que será apreciado na manhã desta terça-feira (16) na Câmara Municipal, deixa os vereadores entre a cruz e a espada.
Municípios vizinhos, como São Roque, deram aumento de 5% aos servidores municipais.
Traduzindo em miúdos, cada um dos 2.700 servidores ibiunenses receberá um aumento mensal entre10 e 20 reais, fato que está provocando um notável sentimento de revolta por parte dos funcionários municipais.
Os vereadores vêm recebendo uma grande pressão desses profissionais para que rejeitem o projeto. Na sexta-feira, em uma assembleia realizada em frente ao Paço Municipal, a presidente do Sindicato dos Servidores de São Roque, Ibiúna e Região, Patrícia Lisboa, considerou o projeto “humilhante”.
A diretora da mesma entidade, Dalva Domingues de Oliveira, considerou “um tapa na cara dos servidores ibiunenses”.
PULGA ATRÁS DA ORELHA
“Nós estamos com “a pulga atrás da orelha”, disse um vereador a vitrine online. Outro declarou: “Sempre vou estar ao lado do povo, porque isto é uma vergonha em se falar de valor.” Ambos têm votado favoravelmente aos projetos do Executivo.
Com exceção de dois edis que deverão compor duas chapas de pré-candidatos que vão concorrer ao cargo de prefeito, os demais informaram vitrine online que pretendem a reeleição.
E é esse exatamente o xis da questão. Somando os 2.700 servidores, seus familiares nucleares e extensivos, isso deve representar algo em torno de 8.000 votos, senão mais. E isso poderá fazer toda a diferença para que consigam se manter na vereança.
Já existe informalmente até mesmo uma banca de aposta dos edis que deverão perder o cargo e a pressão que será feita sobre os vereadores na sessão de amanhã deverá fazer alguns tremerem ainda mais.
Os vereadores que conseguimos ouvir estão se sentindo entre a cruz e a espada ou como um deles disse “com a pulga atrás da orelha”. Eles sabem que os servidores, com razão, estão se sentido extremamente prejudicados.
Nesta terça-feira deverão comparecer em grande número no auditório do Legislativo e deverão observar de modo atento [e, possivelmente, ruidoso] o comportamento de cada um dos vereadores.
Dependendo do que disserem e de como votarem, certamente serão inclusos na categoria dos que merecem reprovação. Aqueles que são contra os trabalhadores e apoiadores do Executivo.
Sua decisão irá atingir diretamente professores que seguram a barra e realizam milagre diário de educar crianças e adolescentes, profissionais da saúde do hospital, do centro de especialidades e dos postos de saúde, que seguram a onda, com esforço próprio, a despeito de como agem as autoridades da Prefeitura.
ABACAXI PARLAMENTAR
Vitrine online ouviu de um observador atento a esse fato que é importante a sociedade ibiunense saber que a Câmara Municipal de Ibiúna “tentou por diversas vezes, por meio de indicações, requerimentos e também da tribuna fazer com que o prefeito de Ibiúna mandasse o projeto a tempo, a fim de que os servidores recebessem a reposição salarial correspondente à inflação dos últimos 12 meses, que seria em torno de 5%”.
Segundo sua avaliação, o prefeito não atendeu a essas demandas e teria deixado para a última hora o envio do projeto, pois, de alguma forma, isso “favoreceria as contas do Executivo, que aparentemente não são boas e o ajudaria a conter despesas”.
Quem se recorda, ao postar um vídeo dizendo que estava encaminhando o projeto de lei do dissídio à Câmara Municipal, o chefe do Executivo assinalou que somente daria outros aumentos de acordo com o que estabelece a lei eleitoral.
Em outras palavras, o chefe do Executivo usando o pretexto do calendário eleitoral do TSE que definiu o dia 9 de abril como data limite a partir da qual não pode ser concedida nenhuma revisão salarial acima da inflação do ano, ou seja de 1º de janeiro deste ano até a data da concessão, com o que se chegou ao 1.46%. Ou seja, a lei não permite que ele possa conceder algo além desse percentual.
VALE A PENA?
Alguns vereadores ouvidos por vitrine online aparentemente passaram a se questionar se mereciam ficar nessa desconfortável berlinda, depois de serem aliados do prefeito durante mais de três anos.
