AS ORIGENS DA INTENSA DEVOÇÃO IBIUNENSE POR SÃO SEBASTIÃO
É profunda e intensa a devoção do povo ibiunense por São Sebastião, sobretudo quando se observa atentamente seu comportamento durante as festas anuais dedicadas ao santo protetor da cidade, nas maiores celebrações religiosas de Ibiúna e região.
Fazem ardentes promessas, agradecem por terem seus pedidos atendidos, geralmente com os olhos marejados de lágrimas, oram silenciosamente diante de sua imagem na igreja matriz de Nossa Senhora das Dores ou em seu santuário localizado no bairro do Pocinho, no sertão, a 27km do centro da cidade.
Um feito quase heroico é carregar sua imagem durante as romarias, ou simplesmente tocá-la, mesmo que num brevíssimo ato, quando chega à praça da Matriz repleta de fiéis, trazida pelos romeiros, onde se realiza o ponto alto das comemorações devocionais com uma santa missa concelebrada.
São Sebastião, que era um soldado romano e foi torturado até a morte por defender sua fé cristã, ficou conhecido como protetor da humanidade contra a fome, as guerras e as epidemias. No Brasil, São Sebastião é padroeiro de diversas cidades, além do Rio de Janeiro.
AS ORIGENS DA ROMARIA
Há duas versões, e aparentemente se complementam, que explicam o surgimento numinoso de São Sebastião na história de Ibiúna. A primeira, contavam os antigos moradores, é de que uma epidemia de febre amarela e varíola, simultaneamente, irrompeu-se em 1884, atingindo todo o sertão do seu território, além de municípios vizinhos, como Juquitiba, Juquiá, Miracatu, Itapecerica da Serra, São Lourenço da Serra, Cotia e Vargem Grande Paulista.
Segundo narrativas de antigos ibiunenses, a epidemia foi estancada após a promessa da jovem fazendeira Alexandrina Augusta de Góes, conhecida por Nha Xanda, pertencente à família dos Ruivos, de trazer do Rio de Janeiro uma imagem de São Sebastião e colocá-la em uma das grutas ali existentes, assim que a epidemia cessasse.
Outro fato marcante sustenta que no início do século 20 [em 1918-1919], milhões de pessoas no mundo foram acometidas com a gripe Influenza Espanhola, cerca de 5% da população mundial. Perto de 50 milhões de pessoas morreram no mundo.
Mas, a população de Ibiúna, segundo consta, por uma promessa feita pedindo a proteção de São Sebastião, não foi atingida pela moléstia. A promessa consistia em trazer nos braços do povo a imagem do santo de sua capela até a Matriz de Nossa Senhora das Dores, no centro da cidade, onde é venerada por três dias.
No Rio de Janeiro, cerca de mil pessoas morriam por dia. Na cidade de Ibiúna, com notícias de mortes em cidades vizinhas, as “Senhoras do Apostolado da Oração”, que rezavam todas as manhãs com o Padre Antonio de Sá Férros, convocaram o povo para que todos cultuassem a São Sebastião, pedindo graças e proteção contra a peste.
Na ocasião, fizeram a promessa da Romaria. Como resultado da manifestação da fé, não foi identificado nenhum caso de óbito no município de Una. Desde 1919 a imagem do venerado São Sebastião é transportada por cavaleiros e amazonas, desde a capela do bairro do Pocinho até a Matriz da Padroeira Nossa Senhora das Dores, onde é devotada com louvores. (Carlos Rossini, editor de vitrine online)
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Nota da Redação: para saber mais, entre na página da revista vitrine ibiúna e escreva Festa de São Sebastião: há várias, notícias, artigos e dados históricos disponíveis
