MESMO EM ESTADO DE GREVE, ACORDO GARANTE AULAS EM IBIÚNA

[Em reunião entre o prefeito e lideranças sindicais e professores municipais, mesmo em estado de greve, foi acertado que as aulas prosseguirão normalmente]

A prefeitura de Ibiúna e os professores da rede básica, liderados pelo sindicato da categoria, chegaram na manhã de hoje (28) a um acordo preliminar a respeito da reivindicação do piso salarial nacional do magistério, numa reunião realizada no gabinete e presidida pelo prefeito Mário Pires, que durou duas horas e meia.

Essa reunião foi provocada pelas manifestações da categoria que realizaram duas assembleias gerais extraordinárias, em frente ao Paço Municipal que previa o inicio de uma greve a partir desta terça-feira (29), caso a demanda apresentada, o piso de R$24,33 a hora-aula, não fosse atendida.

Os argumentos apresentados pela prefeitura sobre o impacto financeiro do piso do magistério nas finanças municipais e a promessa do prefeito de encontrar uma solução “de uma vez por todas, já que os professores vêm sendo penalizados nos últimos 15 anos”, talvez tenham contribuído para que houvesse uma flexibilização por parte dos representantes dos docentes ibiunenses.

O QUE FOI APRESENTADO E DECIDIDO

Os representantes do sindicato da categoria foram  convidados e aceitaram participar, nesta terça-feira (29), às 14h, da primeira reunião com Fundação para o Desenvolvimento da Administração – Fedap contratada pelo Executivo para diagnosticar e apresentar soluções para diversos problemas gerenciais, sendo que se decidiu dar prioridade ao caso do piso salarial nacional.

Na última sexta-feira, numa iniciativa do prefeito, secretários e membros de conselhos municipais se reunirão para dar uma resposta ao movimento sindical e chegou às seguintes decisões:

. Formar um grupo técnico (RH+Finanças+Jurídico+Educação);

. Definir cronograma para estudo e apresentação dos cenários;

. Garantir transparência – consulta aos professores

. Apresentar proposta final ao conselho para deliberações.

A diretora da RH, Débora Aparecida de Goes, apresentou uma série de eslaides com os números relacionados ao setor da educação.

O prefeito Mário Pires admitiu que precisava de “um braço técnico”, no caso a Fundação contratada, para conhecer a real situação relacionada ao uso das verbas do Fundeb.

A proposta do prefeito, portanto, foi convidar o sindicato, conselheiros municipais para “juntos encontrarmos a solução”. “Estou aberto ao diálogo”, frisou.

Reiterando que o orçamento deste ano foi a herança “catastrófica” do governo anterior, e afirmou, de forma categórica: “Eu não vou estourar o orçamento e agirei dentro dos limites da responsabilidade fiscal e orçamentária.”

Embora a Fedap tenha quatro meses de prazo para concluir seu trabalho, Pires prometeu que, na medida em que a realidade efetiva for conhecida, poderá liberar os primeiros resultados relativos ao atendimento da demanda da categoria.

A dra. Rosana Altafin, advogada do Sindicato da categoria, apresentou vários argumentos procurando, de alguma forma, sensibilizar o prefeito, chegando  mesmo a afirmar que os professores “estão sufocados e que alguns estão até mesmo passando  fome”, por conta de baixos salários. Lembrou-se que há professores que recebem algo em torno de R$900,00.

Patrícia Bueno Lisboa [de costas e braços erguidos] relata o resultado da reunião e submete dois assuntos a votação

ESTADO DE GREVE

Terminada a reunião no andar de cima, Patrícia Bueno Lisboa, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de São Roque, Ibiúna e Araçariguama, seguida de sua equipe, desceu ao saguão do Paço Municipal onde apresentou uma narrativa dos acontecimentos no gabinete do prefeito, ao fim da qual pôs em votação duas posições: 1. se os professores aceitavam a proposta do governo municipal; 2. se concordavam e manter-se em  estado de greve.

Em relação ao primeiro tópico houve queixas e reclamações das professoras que, em suma, esperavam a liberação do piso imediatamente, e a advertência de que não há nenhuma garantia de quando e se o piso salarial nacional do magistério será mesmo pago.

Na realidade se constatou que existe grande diversidade de situações que precisam ser levantadas, caso a caso.

Tanto uma quanto a outra proposta foram aprovadas por unanimidade.

CONDIÇÃO

O estado de greve é um aviso de que uma greve pode ser iniciada a qualquer momento, mas ainda não é a paralisação total do trabalho. Ficou entendido, então, caso haja um desencaminhamento do que foi combinado, a greve será votada pela categoria.

AS ESCOLAS

Assim, todas as professoras do ensino básico e infantil da rede municipal de Ibiúna estarão nas escolas e ministrarão as aulas normalmente. “Nossa intenção é jamais causar qualquer tipo de prejuízo aos alunos”, afirmou a professora Patrícia Bueno Lisboa a vitrine online.

Em Ibiúna há 69 escolas municipais.

REUNIÃO

Entre as trinta pessoas que participaram da reunião de hoje se encontravam três representantes da Força Sindical, presidentes de outros sindicatos, a presidente do Conselho Municipal da Educação de Ibiúna, professora Naiane Pereira Leite, outros conselheiros e secretários municipais.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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