EM EXTINÇÃO – PALMITO JUÇARA É ALVO DE EXTRAÇÃO ILEGAL NO JURUPARÁ
“Nós sempre cuidamos das nossas terras de forma sustentável e impedimos que houvesse destruição ou danos ao meio ambiente. Agora que muitos foram expulsos e/ou tiveram suas casas demolidas estamos vendo que o governo do estado de São Paulo está muito distante de cumprir sua responsabilidade de proteger o parque.”
Dita com tristeza, essa frase é de um dos legítimos proprietários de uma gleba há mais de quarenta anos no Parque Estadual do Jurupará.
O autor se referia aos atos que se têm verificado na área do parque pela extração ilegal do palmito Juçara, que se encontra na lista das espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente.
“Esse fato deixa a dúvida. Será que estão mesmo removendo as famílias para a proteção do meio ambiente?”, questiona Marcos Adelino, presidente da Aja Sustentável, entidade que representa os proprietários do parque, apontando uma contradição nas atitudes do governo paulista.
Em 1992, por decreto, o governo estadual tornou essa área de 26 mil hectares, no município de Ibiúna, um parque de proteção integral e passou a expropriar famílias que viviam ali há mais de cento e cinquenta anos, devidamente titulados.
As ações de reintegração de posse têm provocado sensação de terror em inúmeras famílias vítimas de processos judiciais.
PALMITO JUÇARA


Há cerca de dois meses, e pela segunda vez, uma das propriedades foi invadida por palmiteiros que fizeram uma limpa no local, deixando para trás os caules das árvores que não nascem mais.
O palmito juçara é uma espécie nativa da Mata Atlântica. Um palmiteiro leva de 10 a 12 anos para atingir a maturidade e a idade adulta. Seus frutos aparecem em forma de coquinhos com oito anos após o plantio.
Essa espécie cumpre um papel importante no ecossistema fornecendo alimentos (os coquinhos) aos animais silvestres, principalmente durante o inverno.
A fonte ouvida por vitrine online declarou que não deixa nem amigos que o visitam retirar palmito. “Eles são para os animais”, argumenta.
Se isso não bastasse, o palmito extraído de forma clandestina é processado sem condições de higiene, representando um risco à saúde de quem o consome, podendo causar doença, como o botulismo, enfermidade grave causada por uma toxina produzida por uma bactéria.
QUESTÃO DE JUSTIÇA
O povo do Jurupará vem se movimentando bravamente para ter suas propriedades de volta ou receberem a indenização. Estão convictos de que a verdade está do seu lado por direito comprovado por documentos inquestionáveis que lhe conferem a legitimidade da posse.
Recentemente, os proprietários fizeram uma manifestação no centro de Ibiúna, indo à Delegacia de Polícia onde reiteraram o pedido de abertura de inquérito, com base de irregularidades jurídicas [que se confirmadas poderão mudar o rumo e o destino de mais de trezentas famílias atingidas pelo decreto], se reuniram com o prefeito da cidade, que prometeu apoio e, finalmente, ao Fórum onde foram recebidos por um juiz, ao qual apresentaram suas demandas.
