CÂMARA REJEITA CONTAS DE COITI DE 2010 E EXPÕE REFLEXOS NEGATIVOS DO SEU GOVERNO

Por catorze votos favoráveis e um contrário [do vereador Jair Marmelo, do PCdoB], a Câmara Municipal de Ibiúna rejeitou hoje as contas do governo Coiti Muramatsu (PV) relativas ao exercício de 2010, seguindo o parecer do relator da matéria, Carlinhos Marques (PT). [Leia abaixo matéria sob o título “Relator segue parecer do TCE e pede rejeição das contas de Coiti de 2010”].

Também arrolado no processo por ter exercido o cargo de prefeito municipal durante vinte dias em 2010, o ex-vereador Charles Guimarães foi poupado pelos edis que ocuparam a tribuna e que o isentaram de qualquer culpa. Ele esteve presente à sessão e também ocupou a tribuna, enquanto o ex-prefeito Coiti Muramatsu enviou sua defesa por escrito em que, no final, pede o voto consciente dos vereadores. A vereadora Rozi Soares Machado (PV) chegou a classificar sua ausência àquela sessão da Câmara como “falta de hombridade”.

Carlinhos Marques, o primeiro a falar, na condição de presidente da Comissão de Finanças, mencionou o documento enviado por Coiti e aproveitou o mote final, em que o ex-prefeito pede que aos vereadores um voto consciente, para dizer que o voto consciente era exatamente esse considerar as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado e rejeitar as contas. Marques fez questão de isentar o ex-vereador Charles Guimarães que, em 2010, na condição de presidente da Câmara ocupou a cadeira de prefeito por vinte dias.

O vereador Paulinho Sasaki (PTB), entre suas considerações, enfatizou que esse fato deve servir de exemplo para os atuais governantes da cidade. Pedrão da Água (PROS) lembrou o esforço dos vereadores em procurar alertar o Executivo contra atos indevidos, “mas eles não nos ouvem”. Israel de Castro (PSDB), que era funcionário público na época [hoje está licenciado], afirmou que “houve irregularidades, sim, e que até hoje o município sofre as consequências [do governo Coiti]”. Foi uma época de grandes shows, rodeios, mas de nenhuma obra considerável ou benefícios para a população.” Beto Arrais (PPS) utilizou adjetivos e loas para Charles Guimarães e chegou a declarar que “[Charles Guimarães] fez mais em vinte dias do que Coiti em todo o seu governo”, tanto foram “os pecados que Coiti cometeu”.

Rozi Soares Machado (PV), mesmo partido de Coiti Muramatsu, depois elogiar a presença de Charles Guimarães à sessão da Câmara, qualificou a ausência de Coiti como “falta de hombridade”. Enfatizou ainda que, na época, “se Coiti tivesse sido cassado, hoje talvez estivéssemos em outra situação”.

O presidente da Câmara, Abel do Cupim (SOL), disse que “o governo Coiti acabou com a nossa cidade”, referindo-se aos chamados “forasteiros”, enviados pelo deputado federal Arnaldo Faria de Sá, para dar um “choque de gestão”, e que tomaram conta de tudo, até deixarem a cidade para trás. “O prefeito deve pagar pelas irregularidades que fez.”

Tranquilo depois de receber apoio dos vereadores, Charles Guimarães, agradeceu a todos pela forma carinhosa com que foi tratado. Argumentou que não “cometi nenhum prejuízo aos cofres públicos, nem início dei a alguma licitação, nos vinte dias que fiquei à frente da prefeitura”. Antes de concluir, Charles anunciou que se estivesse vereador também votaria pela rejeição das contas de Coiti Muramatsu.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.