EXPLOSÕES SACODEM CENTRO DE IBIÚNA EM ASSALTOS SIMULTÂNEOS A TRÊS BANCOS

Numa ação que não terá durado mais do que quinze minutos, com uso de alavancas e artefatos autoexplosivos, três agências bancárias localizadas no centro do município de Ibiúna, próximas uma das outras, foram assaltadas por volta das 3h20 desta quarta-feira. Além das explosões, nenhum tiro foi disparado na operação. Quando a polícia chegou os bandidos já haviam fugido. O montante do dinheiro levado de dois dos bancos atacados ainda é desconhecido.

A agência da Caixa Econômica Federal, na Rua Capitão Cardoso de Mello, a menos de trinta metros da Igreja Matriz, foi a que sofreu maiores danos e perdas aparentemente. Pelo menos três caixas automáticos foram completamente destruídos, além de outros dois que também foram danificados. Na parte de trás, era possível ver as gavetas onde se coloca o dinheiro vazias e ainda algumas notas no chão. Um guarda volumes também foi parcialmente destruído a golpes de alavanca. Os assaltantes procuraram inutilizar uma das câmeras que ficou pendurada pelo fio na parede. Vidros e outros destroços ficaram espalhados pelo chão ou furaram o teto.

Na agência do Banco do Brasil, que fica ao lado da Caixa, o assalto foi frustrado porque o explosivo fixado em um dos caixas não detonou. Mas o caixa foi parcialmente destruído a golpes de alavanca e a porta de vidro se estilhaçou pelo chão. Um policial do Gate – Grupo de Ações Táticas, vestido com roupa especial antiexplosivo se dirigiu ao interior da agência e trouxe para fora a bomba embrulhada em uma manta grossa, que levou para um buraco feito no jardim do banco onde foi detonada às 9h09, fazendo um ruído seco e forte. Antes, todas as lojas tiveram que ser fechadas para evitar algum problema decorrente da explosão. Um comerciante chegou a bater boca com um GCM porque insistia em manter sua loja aberta, ainda que a rua estivesse interditada e nenhum cliente poderia passar por ali.

Na agência do HSBC, localizada na Rua Monsenhor Cintra, atrás do Banco do Brasil, mas do outro lado da rua, os assaltantes explodiram três caixas automáticos, depois de quebrar a porta de vidro na entrada.

INVESTIGAÇÕES

Os assaltos fizeram com que comparecessem ao local integrantes da Polícia Federal, do Gate, da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Guarda Civil Municipal. A perícia fotografou e avaliou a situação encontrada nas três agências. Os investigadores já pediram as fitas das câmeras existentes nas instituições bancárias. Onze notas de cinco reais cada uma encontradas próximas à Caixa Federal foram entregues à Delegacia de Polícia, assim como as duas alavancas utilizadas na prática do crime.

O Boletim de Ocorrência inicial, aberto como furto qualificado, dá conta de que por volta das 2h40 o sistema de monitoramento da Caixa Econômica Federal começava a registrar presença de pessoas estranhas nas proximidades. A operação do assalto em si teria se iniciado às 3h15 e teve, supostamente, um andamento muito rápido e organizado, com ações simultâneas nas três agências.

Evitando dar informações que possam servir aos assaltantes, o policial do Gate, que detonou o artefato que falhou no interior de um caixa no Banco do Brasil, disse que o explosivo utilizado não foi dinamite, mas sim um autoexplosivo, que preferiu não especificar.

DIVERSIONISMO

Chegou-se a comentar que os assaltantes teriam feito uso de diversionismo [tática para distrair a atenção], procurando afastar o maior número de policiais militares e da Guarda Municipal da região central onde iriam cometer o assalto. Assim, houve uma chamada no Condomínio Antilhas, no bairro Piratuba, onde uma pessoa de motocicleta terá feito disparos em direção à portaria do condomínio. O outro, no bairro do Verava. Mas estas informações carecem de confirmação, como objeto de manobra dos assaltantes.

Até o fechamento desta edição não era conhecido o montante levado pelos assaltantes. Tão logo o trabalho da perícia criminal foi concluído, já chegavam prestadores de serviços para fazer os consertos, especialmente na substituição das portas destruídas. O atendimento aos clientes foi suspenso temporariamente. Como os dois delegados se encontravam em Sorocaba na manhã desta quinta-feira é possível que recebam a imprensa, a fim de prestar novas informações a respeito de um fato jamais visto antes em Ibiúna, mas que tem se tornado cada vez mais comum em cidades interioranas, que se tornaram alvos de quadrilhas especializadas em assaltos a bancos.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.