JÚLIO CESAR SALVA A PÁTRIA, VIRA HERÓI E PROVOCA LÁGRIMAS

SÁBADO,28.6.2014 -Quanta emoção! Quando sufoco! Em compensação, quanto brilho de Júlio Cesar! Ele que chorou diante da câmera, mal conseguindo falar de quatro anos atrás,  lembrando momentos tristes na Copa de 2010, agora disse estar chorando de alegria. Aos seus colegas, antes da disputa por pênaltis, garantiu “façam os gols que eu seguro três”. Segurou dois e teve a sorte de ter o terceiro que não entrou por bater na trave. Mas o Brasil ganhou e está nas quartas de final para a alegria da torcida brasileira, que sofreu muito desta vez.

Humildade, Júlio Cesar disse que “a caminhada ainda é longa e só vamos ter pedreira pela frente” e que espera dar uma nova entrevista de felicidade depois de beijar a Copa no Maracanã, na partida final. Mas pediu que a disputa não tenha que terminar por pênaltis novamente, senão “meus familiares não vão aguentar”. Os torcedores também, Júlio Cesar, porque essa situação é a mais tensa que existe num campeonato de futebol. Esse trio [bola, jogador e goleiro] sofre momentos de extremo nervosismo e tensão.  Mesmo assim, o grande goleiro do Brasil conseguiu passar confiança e tranquilidade aos seus colegas que, ao término do jogo, o homenagearam merecidamente como herói que foi.

O jogo em si foi duro. Os chilenos entraram em campo para o que desse e viesse.  Dominaram muitas vezes com passes de bola acertados, jogo rápido. Teve diversos momentos em que só se viam os uniformes vermelhos se mexendo no campo e o Brasil, nessa hora, atuou abaixo da expectativa. A defesa espetacular de Júlio Cesar de uma bola que já ia entrando no canto esquerdo, o jogo alegre de Neymar, mesmo que não tenha feito gol, a garra e a força de Hulk, e, quase no finalzinho, um anjo da guarda subiu um pouco mais a bola que veio em cheio contra a trave do gol brasileiro. Todo esses condimentos fizeram essa partida ter sido como foi, eletrizando a torcida brasileira até o desfecho final.

Mas valeu! E continuamos na parada nessa caminhada pelo hexa dentro de casa. Essa balançada no jogo com o Chile certamente vai estreitar os laços de camaradagem da seleção e os jogadores estarão ainda mais unidos pela mesma fé na vitória.

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.