EXCLUSIVO – OBRAS DA CICLOVIA DE IBIÚNA PARAM POR FALTA DE PAGAMENTO

As obras da ciclovia – famigerada exatamente por ter se transformado em ‘elefante branco’ no município de Ibiúna – prevista para ser inaugurada em dezembro deste ano estão paralisadas há pelo menos duas semanas. Hoje à tarde (20) havia apenas cinco operários num dos canteiros, mas, na realidade, nada tinham o que fazer, além de reclamar que estão sem receber seus salários e não sabem a quem apelar. A empreiteira que os tinha contratado, na condição de prestadora de serviços pela firma responsável pela execução do projeto já não faz mais parte do empreendimento e foi substituída por outra. Os trabalhadores estão sem saber a quem apelar. Ao que indicam as informações obtidas pela vitrine online, essa situação seria uma das consequências da troca do governo municipal no início do mês.

Vale lembrar que o projeto da ciclovia já havia recebido verba no governo Coiti Muramatsu sem ter ido além da terraplenagem. Uma nova verba foi conseguida junto ao Departamento de Apoio ao Desenvolvimento às Estâncias Turísticas – Dade, no governo Eduardo Anselmo, o que deveria garantir a sua conclusão no fim deste ano. Agora, não se sabe, pelo menos até que haja uma manifestação oficial do governo municipal, qual será seu destino.

Os operários se queixaram da Metro Ibiúna,que os havia contratado sem ter feito os pagamentos devidos. Esta empresa que opera em Ibiúna foi substituída nos últimos dias pela Engetec Construções, com sede em São Paulo, que também aguarda uma definição para retomar os trabalhos como vinham sendo encaminhados.

O diretor da Tecla Construções, Nilton Nachle, em entrevista à vitrine online, disse que na semana passada manteve uma reunião com assessores do atual prefeito que lhe teriam garantido que as obras irão prosseguir. Nachle entende que, na verdade, a nova gestão da cidade estaria tomando pé da situação para se pronunciar. No entanto, admitiu dificuldades que, por já não ter havido medição das obras, condição sine qua non para o receber o pagamento, com o qual paga seus parceiros contratados, há uma situação crítica que, no entanto, acredita que logo será superada.

Isto, no entanto, não serve para tranquilizar os operários que estão sofrendo por não terem recebido seus pagamentos, “apenas vale de cerca de R$ 200,00”, insuficiente para arcarem com suas despesas domésticas.

Duas senhoras que caminhavam por uma das pistas ainda não concluídas já imaginavam que algo estivesse acontecendo por não verem mais os operários trabalhando, mas riram quando souberam do fato: “Isso aqui, meu filho, é uma piada. Faz muito tempo que não vira nada. Isso é coisa dos governantes de Ibiúna”.

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.