VIVO – POR QUE UMA EMPRESA TÃO PODEROSA DESAPONTA TANTO SEUS CLIENTES?

Usando termos elegantes, a Vivo Movel, a maior em seu ramo no Brasil, tem desapontado, decepcionado e desacaroçoado muitos clientes. Em Ibiúna, mas também em todo o Brasil, está em primeiro lugar no ranking de reclamações, tanto no Procon quanto no Juizado das Pequenas Causas. São tantos os conflitos entre a empresa e seus clientes que cabe perguntar como um gigante das telecomunicações pode desconfortar tantas pessoas?

http://revistavitrineibiuna.com.br/wp-includes/js/tinymce/plugins/wordpress/img/trans.gifAs falhas da Vivo são, em primeiro lugar, de insuficiência técnica. É uma espécie de loteria conseguir completar um contato telefônico dentro do que se poderia chamar de normalidade funcional: sinal fraco, áreas descobertas, diálogos truncados [“está picando, fale de novo, por favor”]. Uma vergonha, em suma! Ainda este ano, a Câmara Municipal de Ibiúna aprovou um ato de repúdio a essa imensa organização por maus serviços prestados.

A lista de queixas não acabou. Há cobranças indevidas, pois já foram pagas, e suas perversas consequências, como o bloqueio da linha inopinadamente, a critério unilateral da poderosa empresa. Há também ameaças tipo se não acertar, mesmo no caso de não haver nenhum acerto a fazer. Eis um desses textos ameaçadores: “Pague a fatura………..e evite suspensão parcial em 15 dias, total em 45 dias, rescisão do contrato em 75 dias e negativação após a rescisão.” Vejamos, então, um caso concreto e objetivo.

A Vivo, a partir de agosto, vem bloqueando intermitentemente o telefone de um cidadão que reside em Ibiúna, embora o prefixo do seu aparelho celular seja de São Paulo. Alega que a fatura referente ao mês de agosto de 2014 não foi paga. É mentira. Foi paga. O cidadão tem o recibo do banco, com data, hora em que o pagamento foi feito. O mesmo cliente já enviou, orientado pelas atendentes da Vivo, duas ou três vezes, o comprovante do pagamento via e-mail, para Contas a Pagar da Vivo. Nada aconteceu. A gigantona parece ser grande demais para gerir sua própria complexidade. A tortura continua: faz uma reclamação para a Ouvidoria da Vivo. Fala com alguém que demonstrando um mínimo de bom senso, abre um novo (foram diversos até agora) processo, dá um prazo de uma semana para haver a solução e, agradece muito, pois a linha é desbloqueada, mas por poucos dias. Logo em seguida, você de boa fé chama um número e vem a intervenção: “Temporariamente este telefone não pode fazer este tipo de chamada.” Mais uma vez está bloqueado. Isso vem ocorrendo apesar de todas as tentativas e de inúmeras chamadas para atendentes que dizem nada poder fazer. E pedem que ele envie mais uma vez o comprovante. Falta de respeito é o que sobra por parte da empresa a seu cliente.

De novo o cliente busca a solução na Ouvidoria da Vivo. Uma ouvidoria é a última instância de recurso quando um cliente não consegue resolver seu problema em outros escalões de uma empresa ou instituição pública. Mas surpresa: as/os atendentes da Ouvidoria da Vivo se comportam de modo padrão. “Aqui não posso fazer o desbloqueio só abrir processo, o senhor quer que eu abra um novo processo?” Já tem um processo, protocolado no dia 20 de outubro, já foi enviado para a ouvidoria o comprovante de pagamento e ali também nada acontece. Por mil piratas! Essa empresa está se tornando especialista em tortura tipo big brother, mantendo-o numa espécie de confinamento incomunicável, sem que surja alguém responsável para resolver o problema. A enorme organização espanhola parece ter lido Kafka ao pensar em seus clientes.

Mais uma flecha venenosa é atirada contra o indefeso cliente: agora, depois de ficar bloqueado para fazer ligações, o telefone também já não recebe mais chamada. É punição acumulada. Só para lembrar essa linha é pós-paga e está sendo utilizada por esse cliente há quinze anos e durante todo esse período nunca deixou de pagar nenhuma fatura. Isto é que é consideração, isso é que é programa de relacionamento com o cliente, isso é que é exemplo de capitalismo selvagem que corre ao largo da autoridade pública que deveria ser responsável a agir no sentido de trazer empresa desse tipo para a era da civilização.

O cliente já está na fila. Em breve será mais um autor de processo contra a Vivo por abuso de poder, por danos morais e também pelos prejuízos profissionais que lhe foram e continuam sendo causados. Quando no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso privatizaram o setor de telecomunicações [e cada leilão era celebrado com champanhe em Brasília], certamente não previram que estavam ajudando a criar impérios insensatos.

_______________

ENDEREÇOS ÚTEIS

Telefone da Ouvidoria Vivo – 08007751212

E-mail da Ouvidoria Vivo – greouvidoriago.br@telefonica.com

Juizado Especial Civil (JEC) em Ibiúna – 3241-2242

Procon – 3241-5738 – 3248-2523

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.