AVENIDA PAULISTA SE TRANSFORMA EM SÍMBOLO DA RESISTÊNCIA NACIONAL AO GOVERNO DILMA

UM MILHÃO de pessoas reuniram-se pacificamente hoje (15) na avenida Paulista para manifestar-se contra a corrupção no Brasil, o aumento de impostos, a roubalheira na Petrobrás e pedir o impeachment de Dilma Rousseff, entre outras demandas que estavam presas na garganta da população que se viu traída pelas medidas adotadas exatamente opostas às promessas que fizera na campanha política em que foi reeleita para presidente. Houve manifestações em 26 estados e no Distrito Federal.

Esse número de pessoas em uma única via pública bateu o auge das manifestações ocorridas em junho de 2013 e somadas em um mesmo dia em todo o território nacional. Na ocasião, até Ibiúna foi às ruas com cerca de 1.500 pessoas, a maioria jovens, no dia 20. Hoje, no entanto, se absteve de aderir ao movimento.

O recado dirigido a presidente da República, ou seja, ao Governo Federal, é claro quanto ao desejo da população brasileira. Em junho de 2013, Dilma Rousseff reagiu fazendo um discurso e propondo uma série de pactos com a sociedade que não foram adiante. Desta vez, no entanto, seu staff deve buscar outra saídas porque um discurso com novas promessas não irá convencer, pois não terão a credibilidade necessária. A situação é crítica para a presidente e exige a adoção de atitudes claras, objetivas e convincentes. A questão de governabilidade sofreu um golpe profundo no dia de hoje, com uma grande desaprovação pública. Aguarda-se, portanto, a governante do País que fará a partir deste momento.

Ibiúna

No dia 20 de junho de 2013, as pessoas começaram a se reunir na praça da Matriz, com bandeiras, cartazes, rostos pintados, público que chegou a cerca de 1.500 pessoas, que percorreram as ruas centrais da cidade até chegarem em frente à rodoviária onde o encontro se encerrou por volta das 19 horas. O protesto teve também várias críticas ao Poder Executivo, com pedidos de melhorias nas áreas da educação, saúde, transporte público.  Em coro os manifestantes gritavam:

“Quem são vocês? Somos cidadãos. O que vocês querem? Queremos transporte, saúde e educação. Vem pra rua Ibiúna. Vem Terra Preta”.

“O povo acordou, O povo decidiu/Ou para a roubalheira/Ou paramos o Brasil.”

O que garantiu o sucesso desse ato foi um trabalho intenso e coordenado por um grupo de jovens que convocaram a mobilização principalmente por meio das redes sociais. Eram eles: Wagner Paiva, Giuliana Santos, Weldy Soares, Yuli Ono, Alexsander Souza, Bárbara Gonçalves e Guilherme Viera.

Esse grupo se dispersou e, por isso, a praça da Matriz que ficou tomada pelas pessoas em 2013 estava vazia neste dia 15. Alexander Souza que teve um forte desempenho na passeata agora trabalha na prefeitura, fazendo uma insistente defesa do atual prefeito. Em vez de “atirar pedras”, como fazia com total envolvimento, agora faz parte da “vidraça”, tendo mesmo recentemente sido alvo de críticas por ter ter usado uma expressão chula no Facebook e gerado uma polêmica que repercutiu no SBT Sorocaba e no portal G1. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.