QUATRO HISTÓRIAS (REAIS) DE AMORES ETERNOS ENQUANTO DURARAM
Neste mundo de sonhos, de juras e promessas descumpridas por causas mil, há histórias de amor que se cumprem, desnudando a condição a humana e seus limites imperativos. Esta é uma delas: no finzinho de junho agora, depois de viverem juntos por 75 anos, Janette e Alexander Tolzko partiram dessa vida em casa nos braços um do outro, em San Diego, na Califórnia (EUA).
Janette e Alexander se apaixonaram aos oito anos de idade e se casaram em 1940. Jamais se afastaram e realizaram um sonho comum. Eles haviam dito aos filhos que desejavam morrer abraçados. Alexander foi primeiro. Janette então disse, como pôde: “Espere por mim, estarei lá em breve”. Foram sepultados no dia 29 de junho na cidade onde moravam. A notícia foi divulgada hoje (4).
Casos como esse são, mais do que comoventes, revelações do imenso potencial de amor que existe no coração das pessoas, mas que se plenificam como acontecimentos raros, dado que a maioria das histórias de amor tenha um início feliz mas que se degrada por diferentes motivos, como se a flecha do Cupido de fato não tivesse atingido o alvo.
Também na Califórnia, depois de viverem juntos por 65 anos, Floyd e Violet Harwig, estavam de mãos dadas quando partiram, com diferença de cinco horas um do outro. Eles se conheceram na escola em 1940 e se casaram em 1947 e tiveram três filhos.
Don e Maxine Simpson, após 62 anos juntos também na Califórnia, partiram em um intervalo de apenas quatro horas. Estavam deitados em camas lado a lado e mãos dadas. Dan havia quebrado a bacia e Maxine padecia de um câncer.
No Brasil, com diferença de apenas quarenta minutos, de acordo com os médicos, Italvino Possa e Diva Alves de Oliveira, morriam em um hospital em Porto Alegre, no dia 3 de janeiro de 2014. Eles se conheceram num baile em 1948 em Marau, a noventa e dois quilômetros de Porto Alegre, se casaram e tiveram dez filhos. Ela sofria de um tumor na bexiga e ele de leucemia. Deixaram quarenta e quatro bisnetos.
Na Inglaterra, Harry e Mavis Stevenson se conheceram na adolescência e viveram juntos 65 anos e morreram também com apenas alguns minutos de diferença, no dia 3 de novembro de 2014, em uma casa de repouso em Derby, cidade onde moravam. Ambos estiveram separados apenas no período da guerra. Depois, nunca mais ficaram longe um do outro. Eram considerados um casal inseparável.
Quando Harry foi avisado de que Mavis partira, ele chorou um pouco, sem ser dramático. Os atendentes saíram do quarto por alguns instantes e quando retornaram o encontraram morto, “com uma lágrima ainda em seu olho”, contou o sobrinho do casal, Stephen Creswell, revelando ainda que “o amor deles nunca acabou”.
Então é assim. Um dia ambos se conhecem e se magnetizam por uma atração secreta originada pelo princípio do prazer e do amor. Uma história se inicia, se desenvolve com sentimentos de esperança e de felicidade, um projeto de vida em comum se desenvolve. Cada um é si mesmo, mas depois viram um nós em meio às circunstâncias que sempre mudam independentemente de nossa vontade. Era uma vez… (C.R.)