É preciso inventar uma nova história política para Ibiúna

A sorte está lançada para Ibiúna com o novo governo que reacende a esperança no povo de que nada será como antes. Que a administração pública será proba, ética e capaz de dar uma virada histórica na vida do município. Será? A torcida é imensa, tirando, é natural, os adversários políticos, especialmente os bellistas que estão de olho no calendário de fevereiro à espera de uma decisão favorável da Justiça Eleitoral. Se isso vier a acontecer, Ibiúna irá certamente para as páginas de jornais e revistas nacionais, TV e rádio e estará criado o fato político mais constrangedor da história da cidade.

De volta à realidade positiva e factual, as instituições, tanto o Executivo quanto o Legislativo, estão legal e formalmente constituídos e mal tendo iniciado suas atuações estão sob a proteção do noviciado. Precisam de tempo e paciência.

A administração recém-eleita foi inaugurada com a péssima notícia, dada pelo novo prefeito, de que recebeu como herança uma dívida enorme e pagamentos para efetuar a curtíssimo prazo e um caixa cheio de ecos do vazio. Recorde-se que a administração anterior passou a maior parte do tempo maldizendo a dívida herdada do seu antecessor, como seu maior empecilho, mas não conseguiu convencer que tenha deixado boas obras na memória dos cidadãos.

No momento, tanto o Executivo quanto o Legislativo vivem sob a proteção das coisas quando começam, como um casal em lua-de-mel que não deve ter sérios motivos para brigas, já que estão mais entretidos nos prazeres de curtir a vida. Os conflitos podem surgir no andamento da carruagem e só são superados com Inteligência, flexibilidade, capacidade de ouvir e de se entender e, certamente, habilidade política.

A história da nova esperança dos ibiunenses teve início no dia 1º de janeiro e até agora, tanto no que diz respeito ao Executivo quanto ao Legislativo, não dá para saber as tendências ocultas nas cabeças dos políticos. Nesse caso, há três caminhos possíveis: a história pode se repetir de modo conservador, ser banhada por um espírito inovador e, mais importante, poderá ser inventada uma nova história política para Ibiúna, com a inserção de ideias descontaminadas.

Assim, o município poderá desencalhar de vez das estradas intransitáveis, dos problemas na área da saúde, da falta crônica de empregos, dos desafios na área da educação, segurança pública e de saneamento básico.

A foto que vemos acima refletirá com mais brilho o amor que os ibiunenses sentem pela cidade, sabendo que ela poderá ser ainda mais bonita. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.