BELLO SE CALARÁ SOBRE OFENSAS FURIOSAS DE SEU ASSESSOR A JORNALISTA?

fabiolAo tentar explicar o inexplicável – a paralisação pela segunda vez este ano da interminável ciclovia de Ibiúna – o assessor de Gabinete de Fábio Bello, Alexsander Souza, intempestivamente, assacou calúnias e injúrias furiosas contra o editor de vitrine online. Ele é protagonista com antecedentes. Da vez anterior, atacou o jornalista Bruno Machado, igualmente com termos chulos. A repercussão pública fez com que Souza fosse exonerado do cargo de diretor de Cultura da prefeitura. E se achou, na época, que ele estaria fora do Executivo, mas discretamente foi nomeado assessor do Gabinete do prefeito, para surpresa geral.

Agora mesmo, diante da imensa repercussão pública negativa, e que atinge diretamente a imagem do prefeito, Bello se manterá calado?. Sua Assessoria de Imprensa informou hoje (21) que havia encaminhado a ele o material veiculado no Facebook e na revista e que estava aguardando um retorno. É importante que preste esclarecimento.

O motivo primário da explosão emocional do assessor – a notícia da paralisação da obra por falta de pagamento à construtora Tecla – não foi desmentido. Ao contrário, ele esboçou uma explicação que o pagamento não teria sido feito por que havia “suspeitas de irregularidades na obra”. Disse por conta própria, sem que suas palavras possam ser consideradas como a posição oficial da prefeitura diante de um caso sério, que deveria, por exemplo, merecer notificação e embargo da obra, o que não aconteceu. Segundo fontes ouvidas pela revista, o último pagamento à construtora teria sido feito em outubro de 2014, quando era outro o prefeito e a dívida atualmente estaria em torno de R$ 300 mil.

Numa instituição governamental, como é a prefeitura, é necessário que haja responsabilidade funcional pelas informações dirigidas à opinião pública. Então, ela terá que ser encaminhada pela Assessoria de Imprensa, pelo próprio prefeito ou por pessoas por ele designadas ad hoc. E até o momento isso não aconteceu. Vitrine online publicou a notícia no dia 19, sábado, um dia após ter conhecimento da paralisação das obras, que haviam sido reiniciadas em julho, depois de permanecerem suspensas desde fevereiro deste ano.

Entre milhares de leitores e de manifestações da população de solidariedade com o jornalista, não faltou quem dissesse que a imagem pública do prefeito foi atingida e que ele deveria se posicionar. Não deve ser normal uma pessoa em cargo público atacar uma pessoa adulta e responsável com termos carregados de veneno, maldade, injustiça, irresponsabilidade, e notoriamente conspurcados de pornografia explícita, que não vamos reproduzir aqui em respeito às famílias e cidadãos ibiunenses.

Errará o prefeito se se omitir, pecará se afagar a cabeça do seu pupilo pela prática de “da boa ação” praticada por um “leal companheiro”. Basta ler as manifestações populares no Facebook e na página da revista para constatar o quanto estará equivocado se mantiver silêncio sobre esse fato. Ainda há tempo para falar em respeito à opinião pública de sua cidade, aliás, muito sofrida.

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.