LEITORES PESSIMISTAS ACERTARAM – PREFEITO IGNORA CARTA SOBRE ANÚNCIO DE NOVAS OBRAS PÚBLICAS EM IBIÚNA

estátua30, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8. Hoje completam-se nove dias de espera por uma resposta do prefeito de Ibiúna, Fábio Bello, a uma carta [leia abaixo, autoexplicável] que vitrine online publicou no dia 30 de novembro, a fim de que s.exa. esclarecesse os munícipes quais são, enfim, as obras que anunciou em um jornal. Assim que publicada, leitores começaram a dizer “pode esperar sentado, não vai ter resposta”, “ele nem vai tomar conhecimento”, “não está nem aí”. Esse foi o clima que se instalou e que acabou se confirmando. O prefeito não respondeu e, portanto, deixou no ar as dúvidas que talvez sejam corroboradas pela população.

Também nós não nos surpreendemos com essa atitude da principal autoridade do Executivo. A prefeitura não respondeu a pelo menos trinta questionários que enviamos, por meio de sua Assessoria de Imprensa, mas não tomamos esse comportamento como ato de arrogância ou desprezo. Aparentemente, a prefeitura não quer ou não pode responder, ser transparente como o requerido, até mesmo por lei e, sobretudo, está agindo de modo coerente com o comunicado interno que expediu no dia 9 de março de 2015 proibindo aos servidores municipais de prestar informações à imprensa, que ficou conhecida como “lei da mordaça”, em vigor, portanto, há nove meses.

O tratamento da prefeitura em relação à vitrine online é supostamente discriminatório, em relação aos veículos da mídia impressa e deve haver uma razão para isso e, talvez, resida na independência editorial, ética e moral da revista. Soubemos que sim, que o prefeito daria uma entrevista das várias que foram solicitadas, mas que as perguntas deveriam ser conhecidas previamente, o que descartamos, porque a apuração da notícia na fonte estaria se submetendo a uma espécie de censura prévia.

Mas, e nem poderia ser diferente, respeitamos o direito de o prefeito agir da forma como age, mas igualmente temos o direito de formar opinião contrária à sua conduta que transcende os mínimos requerimentos inscritos na Lei de Acesso à Informação – LAI e que prevê a manutenção de um Portal da Transparência que reflita todos os atos praticados pelo Executivo perante a população, como seria o caso das obras que anunciou e que motivou a elaboração da carta cuja íntegra pode ser lida abaixo:

“Ibiúna, 30 de novembro de 2015

Carta ao sr. prefeito de Ibiúna, Fábio Bello
Senhor Prefeito,
Como pudemos ver hoje em um jornal com periodicidade bissexta no município de Ibiúna, o senhor anunciou um “pacotão” de obras, manchetado na capa em letras destacadas, e já que ali apenas se mencionam algumas obras de modo genérico, o que não permite que os munícipes saibam exatamente e em plenitude o que será feito, solicitamos que V.Exa. se digne de nos fornecer:
1. A relação completa das obras a serem executadas;
2. O memorial descritivo sumarizado de cada uma delas;
3. Localização, data de início e conclusão de cada obra;
4. Fornecedor dos produtos e serviços;
5. Firma ganhadora da licitação;
6. Valor de cada obra;
7. Origem dos recursos
O objetivo dessa solicitação é informar a população ibiunense de, de modo que fique ciente de cada benefício que irá receber, assim como os seus respectivos locais e em cumprimento à Lei de Acesso à Informação (nº 12.527/2011, em vigor desde 16 de maio de 2012.
Acreditamos que, com essa iniciativa, poderemos realizar um jornalismo de prestação de serviço ao povo de Ibiúna, como é nossa missão realizar.
Grato
Carlos Rossini, editor de vitrine online e colaborador da TV Ibiúna.”

Mesmo sem receber as respostas solicitadas, fazemos votos de que s. exa. consiga fazer um bom governo nos doze meses que restam do seu terceiro mandato e que implante os novos abrigos de plástico de pontos de ônibus que se veem na área urbana da cidade também nas estradas rurais, que servem a mais de sessenta por cento do total da população ibiunense. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.