EDITORIAL – CRIMES ASSUSTAM IBIÚNA; DIÁLOGO ENTRE POLÍCIA E POPULAÇÃO É FUNDAMENTAL
Quatro homens foram presos hoje (21) em Ibiúna depois de um confronto a bala com policiais militares junto à ciclovia que circunda a área urbana da cidade, quando o carro em que fugiam de propriedade da vítima colidiu com o barranco da pista naquele local. Momentos antes, eles haviam invadido uma residência, feito o proprietário da casa refém, e praticado o roubo. Dois deles estavam armados. Um portava uma pistola e outro, uma metralhadora, que foram apreendidas. A vítima se feriu levemente com o choque do carro. Os pertences da família foram recuperados.
A polícia agiu rapidamente nesse caso e tomou toda a cautela para que o refém não se tornasse vítima de uma troca de tiros. Só quando estava fora de perigo é que passaram a atuar tendo que disparar revidando contra os bandidos que atiraram contra os policiais. Um dos bandidos foi ferido na perna e socorrido ao Hospital Municipal.
Embora a violência tenha entrado na agenda da rotina em todo o Estado de São Paulo, como de resto em todo o País, se constituído em um dos grandes desafios tanto para o Governo Federal quanto para os estaduais, é preciso que as autoridades responsáveis pela segurança pública em Ibiúna e a sociedade local se aproximem para, de alguma forma, evitar ou prevenir esses acontecimentos que têm abalado a população.
A morte de um rapaz, cujo corpo foi encontrado carbonizado dentro do próprio carro queimado; o ataque fulminante de mais de vinte assaltantes fortemente armados a duas agências bancárias localizadas no centro da cidade; o assassinato do gerente de um posto de combustível localizado na margem da rodovia Bunjiro Nakao e outros casos similares, incluindo pelo menos três assaltos a residências de empresários que acabaram fora dos noticiários a pedido dos familiares e das vítimas.
Essas ocorrências, por certo, não podem ser encaradas sem a devida competência e equilíbrio das autoridades – tanto do policiamento ostensivo, no caso a PM, quanto da polícia investigativa. Não se pode ignorar a situação absurda de grupos que atuam armados como se fossem combater em uma guerra, disparando rajadas de tiros para manter quem quer que seja a distância e dispostos a tudo ou nada. Logicamente agem de uma forma organizada e com informações cujas origens só mesmo um serviço de inteligência superior poderia detectar.
Mas, estamos falando de uma cidade que há vinte anos era notoriamente pacífica, tranquila e sem o terror desses crimes. A paz precisa voltar a Ibiúna e isso, aparentemente, pode acontecer, na medida do possível, com a instituição de um diálogo franco, aberto e solidário entre a polícia e a população, capaz de estabelecer confiança mútua. E seria oportuno que o governador do Estado, Geraldo Alckmin, soubesse disso.