ÚNICA BIBLIOTECA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE IBIÚNA PEDE SOCORRO

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A edição número 586, de 16.12.2016, do “Imprensa Oficial”, publicação da prefeitura de Ibiúna, exibe um anúncio na página 28, em que apresenta o seguinte texto: “Leia Mais! – Visite nossa biblioteca – rua Zico Soares, 129, Centro.” Aparentemente, trata-se de um convite louvável do ponto de vista cultural, mas quem resolver aceitá-lo e for à única biblioteca pública do município denominada “Monteiro Lobato” poderá ter uma surpresa desagradável.

O que se vê ali é um emblema da importância que o Executivo efetivamente dá à cultura tão necessária para que a população tenha acesso ao conhecimento e à sabedoria contida nos livros. De fato, o aspecto da biblioteca é desolador.

Uma grande parte dos livros está simplesmente amontoada desleixadamente em prateleiras tão sobrecarregadas que parecem estar prontas para quebrar.  Vitrine online apurou que, apesar da notável dedicação dos funcionários que trabalham ali, a situação que vinha precária se agravou ainda mais nos dois últimos anos do atual governo municipal.

Para quem ama os livros as imagens são contristadoras, pois esses objetos milenares de sabedoria parecem “cadáveres” abandonados em uma situação que revela o desprezo das autoridades públicas ligadas à cultura. A impressão é de um espaço que não comporta o acervo acumulado, de um ambiente subestimado, carente de reforma, pintura, limpeza, iluminação adequada, para citar algumas observações diretas. Basta olhar.

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Não há banheiro com acessibilidade, dos seis computadores dois não funcionam, além do fato de que todas as máquinas estão superadas tecnologicamente. Eles foram doados pelo Prodesp, um órgão estadual, e integram o programa “Acessa São Paulo” (internet grátis).

O intrigrante nesse caso é o notório distanciamento da realidade por parte da prefeitura que aparentemente deseja promover atividades de natureza cultural sem ao menos saber as condições reais da biblioteca, o que deixa transparecer uma falta de respeito para com a população. (C.R.)

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Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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