PSICÓLOGA ALERTA OS PAIS SOBRE AUTOAGRESSÃO ENTRE ADOLESCENTES

autoagressão adolescentes

Atualmente vem crescendo o número de adolescentes que buscam atendimento psicológico. Geralmente vêm acompanhados pelos seus responsáveis legais (pais, avós, tios) que, em grande parte, relatam preocupação com esses jovens devido à exclusão social e práticas de autoagressão, dentre as quais, a mutilação.

Quando os adolescentes iniciam o acompanhamento psicológico é possível perceber que praticamente todos eles apresentam sintomas em comum, como: dificuldade para expressar o que sentem ou pensam, sentimento de vazio ou tristeza profunda, sentimento de rejeição (tanto no ambiente familiar quanto escolar) e pouco contato social.

O que é muito perceptível na dinâmica desses adolescentes é que eles não encontram um espaço de escuta no ambiente em que convivem. Os adultos ao redor deles encontram-se sempre atarefados ou sem paciência para estabelecer uma relação estreita com eles à base de diálogo. Geralmente eles são reprimidos pelos adultos quando tentam expressar o que sentem ou pensam e acabam se isolando.

Quando a angústia toma conta, eles não sabem como lidar com tantos sentimentos reprimidos e podem começar a desenvolver algumas psicopatologias, dentre elas a depressão e/ou automutilação.

Entre os adolescentes que se cortam, em atendimento eles acabam revelando que já se mutilavam há algum tempo, antes de seus responsáveis perceberem essa prática, e os pais se mostram assustados ao descobrirem, pois geralmente não percebem indícios de autoagressão em seus filhos.

Alguns jovens podem interromper a prática depois de algum tempo, por ser dolorosa; porém, alguns continuam, pois é naquele momento que expressam a dor que sentem emocionalmente e tentam colocar para fora. A prática fica mais perigosa quando o jovem sente prazer em se cortar. É comum encontrar grupos de jovens em que todos se mutilam, como se para participar do grupo eles precisassem se cortar ou um acaba se identificando com o outro através da automutilação. Os objetos que mais utilizam para se cortar é a lâmina de barbeador ou do apontador de lápis, pois são fáceis de carregar e esconder.

cortes na barriga

A família pode tentar coagir o jovem, ao descobrir as agressões ou falar para interromper a prática, porém isso não irá ajudá-lo. O que ele realmente necessita é ser ouvido nos momentos em que necessita de apoio. Assim que a família descobre o que está acontecendo, deve buscar ajuda profissional de um psicólogo e médico psiquiatra, o quanto antes.

Através do que é observado nos atendimentos é possível perceber o quanto a família não demonstra ter um olhar cuidadoso com o adolescente, como se ele não precisasse mais de ajuda ou aconselhamento. Quando se reportam ao adolescente é apenas para cobrar e repreender e no momento em que precisam ser ouvidos ou aconselhados a família acaba se esquivando.

 

Dicas para a família verificar se o adolescente está se cortando:

 

▪ Procurar por machucados e cicatrizes (braços, pernas, barriga).

▪ Observar as roupas que tem usado. Se está usando muita calça e blusas de mangas compridas mesmo em dias quentes ou faixas nos pulsos.

▪ O adolescente fica mais introspectivo. Passa maior parte do tempo sozinho, principalmente no quarto, quase não conversa mais com pessoas de casa. Passa a não receber mais amigos.

▪ Alterações de humor. Maior parte do tempo triste ou muito agressivo sem motivos aparentes.

▪ Deixar de participar de atividades do dia a dia. Queda no rendimento escolar, deixar de participar de alguma atividade que praticava (aulas de esporte, línguas, etc).

▪ Objetos afiados e cortantes em locais incomuns (guarda-roupa, mochila, estojo, calça).

▪ Baixa autoestima.

 

sheila moraesSHEILA SOARES é psicóloga e atende em consultório no município de Ibiúna

– (15) 9.9666-5975

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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