DELEGADO AFIRMA QUE DADOS DO RANKING SOBRE VIOLÊNCIA EM IBIÚNA NÃO CONDIZEM COM A REALIDADE
Na última quinta-feira (26), o Instituto Sou da Paz anunciou o Índice de Exposição a Crimes Violentos (IECV), com base no levantamento em 138 cidades paulistas com mais de 50 mil habitantes, em que o município de Ibiúna ficou classificado na terceira posição das cidades mais violentas do Estado, logo abaixo de Lorena e Itanhaém.
A medição do Instituto considerou as ocorrências de homicídios, latrocínios, estupros e roubos, utilizando a média ponderada cotejada com a população de cada município. Ibiúna tem hoje em torno de 78 mil habitantes, de acordo com os últimos dados do IBGE.
Na manhã desta quinta-feira (3), o delegado-assistente da Delegacia de Polícia de Ibiúna, Rafael de Medeiros Martins, que ocupa este cargo há dois anos, fez uma avaliação dos dados anunciados pelo Instituto Sou da Paz, considerando que eles não refletem a realidade criminal no município que, segundo seus argumentos, apresenta uma situação dentro dos padrões esperados em se tratando de questões criminais em uma cidade.
“O fato de terem utilizado cálculos com valores absolutos, e se tratam apenas de números, não corresponde à situação real do município de Ibiúna”, que jamais estaria abaixo das ocorrências que se registram em municípios “como Itapevi, Jandira, Carapicuíba e Osasco”. Dr. Rafael trabalhou nessa região e testemunha que os índices criminais nesses lugares são muito maiores do que Ibiúna.
Essa história de cidade violenta não é de hoje em relação a Ibiúna. Dados divulgados em relação ao ano de 2006, classificaram o município como o mais violento do Estado de São Paulo, de acordo com notícia publicada pela Folha de S. Paulo. Em 2012, Ibiúna também foi classificada em terceiro lugar.
ESTUPROS
O delegado de Ibiúna, no entanto, considerou “muito alto e preocupante” o número de estupros ocorridos no município que, segundo sua percepção, pode ter contribuído para o destaque conferido a Ibiúna por aquela instituição.
Em 2017, houve 15 estupros de crianças e adolescentes e 36 de vulneráveis, praticados dentro das casas por padrastos, pais, tios, vizinhos.
Depois de mencionar a vastidão do território ibiunense [1.058 km 2, 34º maior município paulista], a autoridade lamentou esse fato e esclareceu que são casos de difícil solução, seja por falta de testemunhas, seja por problemas de se descobrir a verdade tanto por parte das vítimas como de seus violentadores.
HOMICÍDIOS
A planilha elaborada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública exibe os seguintes dados das ocorrências de homicídio no município de Ibiúna: 2009 = 19; 2010 =14; 2011 = 21; 2012 = 10; 2013 = 12; 2014 = 6; 2015 = 16; 2016 = 8; 2017 = 10.
RECURSOS
Tanto os representantes da Polícia Militar quanto da Polícia Civil lamentaram, como fez o delegado de Lorena, o município situado em primeiro lugar no ranking da cidades mais violentas do Estado de São, lamentaram a falta de recursos [como viaturas, combustível e, no caso da Polícia Civil, a necessidade de incorporar mais profissionais especializados em investigação visando ampliar e aprimorar os serviços de segurança pública.
ESCOLAS
O representantes das escolas estaduais Maria Angerami Scalamandré e Laurinda Vieira Pinto fizeram depoimentos assustadores relacionados à venda de drogas no entorno das unidades e também a violência perpetrada contra as escolas quando há uma ação com vistas a afastá-los das proximidades: atiram pedras contra as janelas, nos pátios e também nos professores.