PODER – COMO SOBREVIVER ANTE DOMÍNIO DOS OUTROS

COMANDAR, coordenar, mandar, chefiar, gerir, dirigir, orientar, reger, administrar, reinar, influenciar, aconselhar, sugestionar, sujeitar, submeter, induzir, encaminhar, imperar, domar, domesticar, tiranizar. Todas essas palavras são alguns dos sinônimos de poder do ponto de vista da dominação…dos outros, não importa o lugar em que estivermos.

É fundamental saber que sempre estamos sujeitos a alguma posse que tomam da nossa mente e do nosso corpo, especialmente para aprender e praticar hábitos que nos garanta a liberdade nesse mundo em que vivemos.

Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão, dizia que o poder é a possibilidade de alguém impor sua vontade sobre o comportamento de outras pessoas, de modos sutis ou agressivos, até mesmo com o uso da força física, mesmo contra a vontade das pessoas.

Alfred Adler (1870-1927), psiquiatra austríaco, fundou a psicologia do desenvolvimento individual. Afirmava que o meio social e a preocupação contínua do indivíduo em alcançar objetivos preestabelecidos são os determinantes básicos do comportamento humano, incluindo a sede de poder e a notoriedade.

Adler considerava que os complexos de inferioridade, provocados pelo conflito com o envolvimento social, podem traduzir-se numa dinâmica patológica (psicoseneurose), que deve ser tratada de um ponto de vista psicoterapêutico.

Em um dos seus livros, o psiquiatra austríaco foi taxativo: “É o indivíduo que não está interessado no seu semelhante quem tem as maiores dificuldades na vida e causa os maiores males aos outros. É entre tais indivíduos que se verificam todos os fracassos humanos.”

Pensemos, então, nos poderosos – e são tantos a que nos submetemos desde quando nascemos até nossa morte – e no que eles podem ser nefastos para a humanidade formada por indivíduos comuns, em que largas camadas da população chegam a pagar com a vida por suas aventuras de poderosos delirantes, que criam guerras em nome de seus desejos desenfreados de poder. Poder e loucura chegam muitas vezes a se confundir.

Mas falemos de um tipo de brasileiros que fazem tudo para conquistar e manter o poder, sem nenhum escrúpulo pelos sentimentos dos outros. O Brasil de hoje de certa forma é produto da imbecilidade dos políticos que nos governam em todas as instâncias. A falsidade, a mentira, a traição são alguns dos atributos dos quais se utilizam como se fosse isentos de doenças, da velhice e da morte. O poder e alucinações chegam muitas vezes a se confundir.

O estrago corrompedor que fizeram com a nação brasileira tem o tamanho da crassa falta de vergonha, de ética e de moral e a maioria desses poderosos estão anos-luz daquilo que os filósofos gregos ao fundar a cultura ocidental chamariam de virtuosos. São responsáveis históricos de terem criado o maior desordenamento socioeconômico do país. E dão gargalhadas nos bastidores dos pobres mortais que dão duro no dia a dia para garantir o produto interno bruto, mas sem receberem de volta o valor merecido.

Tirante essa dimensão, o poder gera enfermidades mentais nos indivíduos e cria uma situação absurda contra a vida humana. Referimo-nos aqui a esses pobres diabos, com formato humano, que se autoproduzem como dominador absolutos, por exemplo, da vida e do corpo da mulher. Não passa um dia em não que se noticie que um homem, na condição de namorado, amante, marido ou assemelhados tenha matado uma mulher, porque se julga, na bestialidade em que vive, dono e soberano dessas criaturas dotadas de atributos ginecológicos que usa como se fosse sua propriedade e fonte de prazer subjugado.

Estamos falando ainda do poder e esses malfeitores desconhecem o provérbio chinês que diz: “As mulheres sustentam metade do céu.” Marilyn Ferguson (1938-2008), escritora norte-americana, autora do livro Conspiração Aquariana, publicado em 1980, lançou com sua obra magnífica uma luz de esperança para a humanidade [na época li esse livro encantador], em que a renovação do mundo é o mote principal. Ela escreveu: “As mulheres representam a maior força única para a renovação política em uma civilização completamente desequilibrada”. E entendemos que uma das razões dessa constatação é o mau uso do poder em suas variadas formas. (Carlos Rossini)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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