ANO-NOVO E AS SIMPATIAS COM ROMÃ, LOURO, UVAS, LENTILHA, ROUPA BRANCA, PULAR 7 ONDAS

A chegada de um ano novo gera uma notável mudança no espírito humano, especialmente por motivar a aproximação fraterna entre as pessoas, familiares, amigos, conhecidos, colegas, e renovar a esperança de realização de sonhos.

Os sentimentos de amor, desejo, simpatia, confraternização sobem à flor da pele e daí se lançam em direção uns aos outros. A despedida de um tempo que chega ao fim e o acolhimento de outro puro e desconhecido, mas recebido com doçura e carinho, tem raízes profundas na alma humana.

As pessoas, em geral se vestem de branco, preparam comidas diferentes, bebem champanhe e ficam acordadas aguardando a hora da virada, já popularizada como réveillon, importado da França.

Réveillon vem do verbo réveiller, cujo significado é “acordar”, despertar do ano. Essa palavra surgiu no século XVII para nomear acontecimentos populares entre os nobres franceses, com jantares longos, chiques, que iam até depois da meia-noite, nas vésperas de datas importantes. Esses jantares eram realizados diversas vezes ao ano, mas acabaram se estabelecendo na passagem do ano.

Nos anos 1800 (século XIX), o Réveillon virou moda nas colônias e áreas de influência da França – que eram muitas, já que ela era a superpotência cultural da época. No Brasil, os primeiros Réveillons foram realizados na corte de dom Pedro 2º, no Rio, e logo copiados pelas elites paulistas. Mas alguns detalhes foram incorporados depois, recheando o jantar francês com o sincretismo brasileiro.

SIMPATIAS

O toque feminino na festa de Ano-Novo é decisivo em todos os quesitos, especialmente nas iniciativas de realizar simpatias apoiadas em hábitos que mantêm iniciativas dignas de elogio. Vejam algumas delas:

Romã 

Símboliza a fertilidade e prosperidade. Isso porque é uma fruta com muitas sementes, o que significa florescimento, remete a nascimento e à abundância. Três sementes da romã devem ser guardadas, secas, na carteira, durante todo o Ano-Novo. Há quem chupe sete sementes de romã até restar somente os caroços que são guardados em um pequeno invólucro e guardado na carteira.

Louro

Em muitas famílias, há quem distribua folhas de louro para atrair sorte. Elas devem igualmente ficar guardadas na carteira.

Uvas
Simpatia trazida pelos vinicultores portugueses, que guardavam a semente do seu produto para ter fartura. Deve-se chupara 12 uvas para atrair sorte e prosperidade.

Lentilhas
Os italianos trouxeram essa tradição, que resultaria em um ano de fartura.  Por se assemelharem a moedas, em muitos países as pessoas os comem lentilha para ganhar dinheiro e ter um próspero Ano-Novo.

Roupa Branca
É a roupa dos devotos de Iemanjá, orixá que já na África era homenageada com oferendas no mar na passagem do ano. Simboliza a pureza.

Pular 7 ondas

Hábito comum entre os gregos. Acreditavam que assim recebiam a energia do mar, fonte da vida. Mas, no Brasil, trata-se de um rito da Umbanda. Pular 7 ondas significa purificação do corpo e do espírito, pela devoção aos orixás, em especial a Iemanjá, a rainha do mar.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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