UMA BREVE HISTÓRIA DAS BORBOLETAS AZUIS

Os araçás maduros caem sobre o gramado e atraem uma porção de borboletas azuis. Elas gostam de sorver o sumo ácido do fruto. Quando se refestelam, erguem voo e abrem suas asas de um esplendor metálico. Quem as vê no jardim, logo fica admirado com sua beleza. “Olha, borboletas azuis!”

As borboletas são insetos que brindam a natureza com seus desenhos multicoloridos, dão voos curtos, sem direção certa, voejam, esvoaçam, borboloteiam no ar.

Seu nome provém do antigo belbellita, adjetivo latino que tem origem em bellus (bonito). Tanto na mitologia quanto na filosofia, a borboleta simboliza a transformação. Ela nasce como uma pequena lagarta, passa por uma fase de pupa, por uma metamorfose e se transforma em um inseto lindo e admirado.

O processo do surgimento de cada novo espécime indica a passagem de um estado anterior, pela metamorfose tida como fase de sofrimento, para uma situação melhor. Por isso, mais uma vez, esse animal alado tem tudo a ver com as passagens da vida dos homens.

As cores nas asas das borboletas são usadas para defesa, ou seja, para amedrontar inimigos, além de se camuflar em meio a ambientes, evitando predadores. Servem também para que as borboletas consigam se comunicar entre si.

A importância das borboletas na natureza é similar à das abelhas, pois desempenham um relevante papel nos ecossistemas atuando como polinizadoras, fonte de alimento e como indicadoras do bem-estar do ecossistema.

AS BORBOLETAS E A MENTE HUMANA

Psiquê ou psique, na mitologia grega, é uma divindade que representa a personificação da alma. Seu mito foi narrado nos últimos tempos da Antiguidade, na história grega. Sua imagem é uma alegoria à alma humana, que é purificada por paixões e desgraças e é, portanto, preparada para desfrutar a verdadeira e pura felicidade.

No mundo da arte, Psiquê é representada como uma donzela com asas de borboleta, uma simbologia que significa que Psiquê, como a borboleta, depois de uma vida rastejante como lagarta, flutua na brisa do dia e torna-se um belo aspecto da existência.

Psiquê (alma, espírito, mente) se torna imortal, casa-se com Eros e dá à luz a Hedonê, deusa do prazer. Hedonismo é um substantivo que vê o prazer como o bem supremo da vida.

Por isso, há muitos seres que fazem de tudo para ter o prazer como estilo de vida. Isso justificaria, por exemplo, o comportamento de muitos seres humanos que buscam o poder (político, econômico, social) para satisfazer seu desejo de prazer, não se importando com os meios para obtê-lo.

Como se vê os gregos da Antiguidade, que nos legaram a filosofia, ou arte de viver, em termo simples, nos ensinaram ou aprenderam com as borboletas como funciona nossa mente, onde os pensamentos brotam todo instante e voam para aqui e para lá.

O poeta gaúcho Mário Quintana, encerra esse breve ensaio para nós: “O segredo não é correr atrás das borboletas… É cuidar do jardim (nossa mente) para que elas venham até você.” (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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