IBIÚNA 162 ANOS – ESCRITORA REVELA EMOCÃO AO VER SEUS PERSONAGENS REPRESENTADOS EM DESFILE

“Hoje (23), recebi uma homenagem, no Desfile Cívico de 162 anos da cidade de Ibiúna. Nunca passei por nada parecido. Além de ser valorizada como escritora, vi as personagens dos meus livros representadas por professores e alunos, como se tivessem saído de um livro.

Olhava para um lado, via Ninas, para outro, Babarrugas, morceguinhos e fantasmas.

Com emoção, vi Casa de Amaro, uma homenagem a mim e à escritora Terezinha Aparecida Godinho da Silva, a tia Teda, uma sogra querida e cheia de histórias. Ela deve ter visto esta homenagem do céu, lá deve haver meios para isso, com certeza.

Fico tentando entender o que senti, mas qualquer explicação seria imperfeita, não alcançaria a emoção que povoou o meu coração.

Lembrei de muitas coisas, entre elas, de meu pai contando histórias nos dias chuvosos, embaixo da beliche, no conforto do seu amor.

Lembrei do meu tempo de sala de aula, em que contando histórias eu me sentia dentro do livro, como se tudo tivesse vida e queria que os meus alunos sentissem o que eu sentia e procurava então, dar a maior ênfase possível aquelas leituras e contos.

Lembrei de quando, certa data, fiz terapia e escrevi muitos textos e poesias, e questionei com o terapeuta como é que estava escrevendo palavras belas, se meu interior não estava assim tão belo. E ele me respondeu que eu prestasse atenção à flor de lótus, que nasce em pura beleza, vindo do pântano ou da lama.

Lembrei de cada publicação que fiz, lembrei de minhas derrotas e vitórias nestes 59 anos de vida, lembrei do meu amor pelas palavras e lembrei de minha família, porque em tudo o que me acontece eles estão sempre em primeiro lugar.

Lembrei de Deus.

E agradeci…

Como disse Roberto Godinho, no prefácio do livro Casa de Amaro, “na vida, tudo passa”. As histórias é que ficam.

Sempre me lembrarei deste dia de Contos de Fadas em que me senti como se fosse um livro.”

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Ana Cecília Porto é professora, escritora e contadora de histórias e reside em Ibiúna

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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