AÇÕES DO GOVERNO FEDERAL PODEM GERAR REAÇÕES NEFASTAS NO PAÍS

“Pela água que te benze/ Pela luz que te alumia/ Pela reza que te cura/ Pela fé que te segura/ Pelas velas do teu guia/ Hoje a noite é mais escura/ Vem aí um temporal…”. Este trecho inicial de “Temporal”, composição e interpretação de Ivan Lins, parece um vaticínio nos dias de hoje no Brasil.

São tão excêntricas as ações do Governo Federal, impondo uma reforma da Previdência que causará danos brutais para a população mais desvalida do Brasil, os nefastos cortes de recursos para o setor da Educação, aliás o ministro da área é risível; o estrondoso número de desempregados em todo o País; a sedução financeira dos parlamentares para aprovação da famigerada reforma; a “olavização” ideológica de Jair Bolsonaro; a atuação catastrófica de seus filhos em seu governo; a temível liberação de armas de fogo, que certamente vai resultar no aumento de mortes, além dos 40 mil homicídios catalogados por ano na pátria amada, a tietagem do presidente norte-americano…

Enfim, o conjunto da obra do novo governante do Brasil mostra uma absoluta falta de sentido nas atitudes de um homem em que 57 milhões de brasileiros depositaram confiança e esperança de combate à corrupção e a promessa imaginada de que estavam elegendo um salvador da pátria.

A menos que as teorias filosóficas e políticas sofram de miopia, o que não é o caso, o interior da sociedade parece estar fermentando uma resposta, antes que o mal cresça e conduza o país para uma situação ainda pior.

Nenhum rei ou presidente está a salvo de um fenômeno chamado dialética que diz respeito a situações diversas ou opostas. A dialética é a história das contradições entre o poder estabelecido e uma reação contra si mesmo, num processo constante de mudanças provocadas por situações reais conflitantes.

A historicidade da dialética é composta por três momentos. O primeiro, chamado de tese, corresponde ao poder estabelecido; antítese, o segundo momento, contem sua negação; enfim, o terceiro momento é chamado de síntese, ou seja, o estabelecimento de um novo status.

Embora se diferencie da lei de causa e efeito, de fato tese, antítese e síntese são fatos causados no conflito de ações e reações antagônicas.

Saltando da teoria para a prática, o que se observa é que está em curso uma ação opositiva ao atual governo, seja por parte daqueles que a ele se opõem ideológica e politicamente, assim como de uma grande parcela populacional decepcionada e temerosa do custo que terá que pagar pelo arrocho cruel que as medidas anunciadas impiedosamente produzirão.

Neste momento há pelos menos dois sinais de nuvens sombrias em formação. Nesta quarta-feira (15) está marcada uma greve geral dos profissionais da Educação, “contra o desmonte da aposentadoria e por valorização profissional”. Já para 14 de junho, daqui a um mês, está sendo preparada uma greve geral dos trabalhadores contra a reforma da Previdência e “por mais direitos e conquistas”.

Os efeitos dessas manifestações dependerão da intensidade da mobilização nas ruas. Há quem aposte que um milhão de pessoas vão se reunir em protesto na Avenida Paulista, em São Paulo. Resta saber o que acontecerá em outras capitais.

A mobilização para ambos os movimentos está sendo feita da mesma forma usada pelo presidente em sua campanha eleitoral, por meio das redes sociais. (C.R.)

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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