IBIÚNA – SESSÃO DESTA TERÇA-FEIRA NA CÂMARA MUNICIPAL PODE “PEGAR FOGO”

 

A sessão da Câmara Municipal de Ibiúna, que se realizará nesta terça-feira (1º), às 9h30, deverá atrair expressivo número de munícipes para acompanhar a votação de dois projetos polêmicos.

Postagens nas redes sociais estão convocando a população para lotar a plateia, a fim de “pressionar” os vereadores a não autorizarem dois pedidos de empréstimos feitos pela Prefeitura. Há mesmo, nos meios políticos, quem prevê, pelas atuais circunstâncias, que a sessão pode “pegar fogo”

Há menos que haja algum imprevisto de última hora, nesse dia serão votados dois projetos protocolados no dia 21.9 pelo chefe do Executivo, em que pede autorização da Câmara Municipal para contrair dois empréstimos que somam R$ 18.800.000,00.

Um dos projetos de lei prevê a obtenção de empréstimo com a Caixa Econômica Federal no montante de R$ 16.500.000,00; o outro, com o Banco do Brasil, de R$ 2.300.000,00, para implementação de obras de infraestrutura em bairros do município, aquisição de máquinas, equipamentos, veículos e para modernização da administração pública.

POLÊMICOS

Vitrine online ouviu diversas fontes, incluindo vereadores, visando avaliar o possível desfecho da votação. Pelo menos três, dos entrevistados, disseram que ambos os projetos são “polêmicos” cujos resultados são imprevisíveis.

A revista apurou que, mesmo na base aliada, há parlamentares se sentindo desconfortáveis em votar pela aprovação, em virtude da repercussão pública que poderá advir dessa posição, uma vez que estão de olho na reeleição no próximo ano.

A aprovação dos projetos precisa de maioria simples, ou seja, de oito vereadores. A base aliada ao prefeito, pelo menos até agora, conta com dez parlamentares e a oposição, cinco.

Em sessões anteriores, teria havido movimentação nos bastidores com o propósito de criar um clima favorável a que houvesse votação dos projetos em regime especial de urgência.

Na terça-feira (24), pela mesma razão, os vereadores aprovaram por unanimidade a criação de uma CPI para apurar irregularidades no serviço de coleta de lixo. Votar contra essa medida aparentemente arranharia fundo a imagem dos edis, porque há queixas em todo o município em relação a esse problema.

Um vereador oposicionista declarou que, “além de polêmicos, os projetos de lei de empréstimo constitui uma “irresponsabilidade administrativa”, já que falta pouco mais de um ano para o término do atual mandato e “a dívida deverá ser paga pelos próximos prefeitos, durante oito anos.”

O mesmo parlamentar lembrou ainda que não se pode desvincular esse fato de propósitos políticos, já que as eleições serão realizadas daqui a um ano e “o prefeito, somente agora, no fim do terceiro ano de mandato, pretende mostrar serviço”.

Uma vereadora argumentou que, se “a Prefeitura está precisando tanto de dinheiro, porque deu uma grande isenção fiscal para o Clara Ibiúna Resort, um empreendimento privado? Tem mais, se a Prefeitura está com problemas de inadimplência atualmente, por que fazer novas dívidas?”

Na quinta-feira (19), vereadores oposicionistas deram entrada em requerimento no Ministério Público de Ibiúna pedindo providências judiciais para impedir a aprovação de ambos os projetos de lei. Na última quinta-feira (26) procuraram a gerência da Caixa Econômica Federal para alertar sobre riscos no pagamento da possível dívida, tendo em vista a situação financeira da Municipalidade. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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